Professores – Manifestação pede atribuição de aulas justa

Educadores realizam ontem (3) uma manifestação em frente à Diretoria de Ensino por atribuição de aulas justa e transparente – Foto: Divulgação

Em defesa de uma atribuição de aulas justa e transparente na rede estadual de ensino, um grupo de professores realizou, na tarde desta segunda-feira, 3 de fevereiro, uma manifestação em frente à Diretoria Regional de Ensino. Carregando faixas e cartazes, os docentes protestaram contra as mudanças que têm prejudicado a categoria.

A atividade contou com a participação da segunda presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), que repudiou veementemente o tratamento dado pelo governo do Estado de São Paulo aos professores da rede estadual, deixando muitos sem aulas, apesar de serem concursados. Segundo ela, caso o governo estadual não reveja essa posição, a categoria poderá entrar em greve.

De acordo com Bebel, essa situação lamentável ocorre em todas as 95 Diretorias Regionais do Estado de São Paulo, deixando muitos professores sem aulas e, consequentemente, prejudicando os alunos já no primeiro dia do ano letivo. Diante disso, a Apeoesp promoveu manifestações em todas as Diretorias Regionais de Ensino, reivindicando a revogação da Resolução 77 da Secretaria Estadual de Educação. Essa norma concede aos diretores das escolas o poder de não garantir a recondução dos professores para o ano letivo, resultando na exclusão de docentes concursados, com anos de dedicação ao magistério, além de prejudicar também os da categoria O.

Durante a manifestação, professores concursados com mais de 20 anos na rede estadual relataram que, devido a essa medida, ficaram sem aulas, foram remanejados para outras unidades ou tiveram que buscar novas escolas para lecionar, muitas vezes enfrentando redução salarial. Isso ocorre porque estão sendo obrigados a sair de escolas de período integral, onde o salário é maior, para lecionar em escolas regulares.

Pais de alunos também participaram do ato e expressaram preocupação com a situação. Eles relataram que estudantes que trabalham durante o dia e estudam à noite correm o risco de abandonar os estudos caso o ensino médio no período noturno não seja garantido. Além disso, professores denunciaram a redução do número de aulas de algumas disciplinas, como História e Geografia, o que agrava ainda mais a dificuldade em conseguir alocação para lecionar.

Diante desse cenário, uma comissão formada pela deputada estadual e por professores que estão sem aulas entregou uma carta ao dirigente regional de ensino, Fábio Negreiros, solicitando um processo de atribuição de aulas justo, transparente e presencial. “A Apeoesp está ao lado da categoria e, se essa política for mantida na educação, o governador ganhará uma bela greve dos professores em defesa da educação pública de São Paulo”, afirmou Bebel. Ainda nesta semana, ela pretende voltar à Secretaria Estadual de Educação para cobrar mudanças na atribuição de aulas e respeito aos professores.

Após a entrega da carta, o grupo percorreu, em passeata, a rua que contorna o prédio da Diretoria Regional de Ensino, exigindo respeito por parte do governador Tarcísio de Freitas e do secretário estadual da Educação, Renato Feder.

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