Online é onde tudo é forasteiro e a cilada garantida


Gregório José

Se tem uma coisa que o brasileiro gosta, é pechinchar. Agora, junta essa mania de querer pagar menos com a nossa vida digital e temos o novo faroeste moderno: as compras online. Um estudo da OLX, aquele site onde você compra o sofá e acaba com o estofado da sua dignidade, revelou que só no primeiro semestre de 2024 os mineiros perderam R$ 5,6 milhões em golpes online. E isso é a “boa notícia”, pasmem! O prejuízo diminuiu 52% comparado ao ano passado. Olha aí o avanço da humanidade: agora o tombo vem com desconto!

As fraudes online são um verdadeiro show de horrores. Falso pagamento (43%), invasão de conta (25%) e, claro, o clássico anúncio falso (18%). Se fosse no cinema, isso tudo seria a sequência interminável de uma série ruim, mas infelizmente é a vida real. E qual é o produto mais visado pelos espertalhões digitais? Celulares e smartphones, com uma gloriosa taxa de 43% dos golpes. Ou seja, você vai tentar comprar o seu telefone pra ver memes e acaba virando o meme.

Os videogames aparecem em segundo lugar (22%). Talvez seja o destino nos dizendo que é melhor você sair e jogar bola no parque do que ficar jogando ‘Call of Duty’ no sofá. Mas se insistir, já sabe: além de perder a partida, pode perder o dinheiro também. E, para fechar o pódio da tragédia, temos os computadores (7%). Até que a porcentagem é baixa, o que só pode ser um sinal: ninguém mais aguenta trabalhar nem ser enganado ao mesmo tempo.

A nível nacional, a coisa não é muito melhor. De janeiro a junho de 2024, o brasileiro levou um prejuízo de R$ 245 milhões com golpes digitais. Mas, hey, é uma redução de 37% comparado ao ano passado. Talvez a gente esteja aprendendo a ser menos trouxa… ou talvez os golpistas só estejam ficando mais criativos. Porque, sinceramente, a internet virou o novo Velho Oeste, onde todo mundo é forasteiro e o primeiro a piscar perde o cavalo.

Da próxima vez que você for comprar aquele smartphone que está 70% mais barato, lembre-se: pode ser que, no fim das contas, a única coisa que vai estar na sua mão é o recibo do golpe. Afinal, no faroeste digital, só o bandido ri por último.

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Gregório José, jornalista, radialista e filósofo

 

 

 

 

 

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