Burracicaba e Sábiacicaba, novo rumo!                       

Walter Naime

Sabe-se que os moradores de Burracicaba, onde o lema é “quem pensa muito não faz nada”, decidiram fazer uma visita a Sábiacicaba, conhecida por planejar até a hora do café. O plano? Trocar umas ideias, ou pelo menos tentar.

No centro da praça de Sábiacicaba, Nhô Lalau, o filósofo oficial de Burracicaba, foi logo jogando a pergunta no ar: “Como é que vocês resolvem problema com tanto plano? Lá, o povo mal vê o problema e já tá resolvendo!” Filó, a cabeça pensante de Sábiacicaba, respondeu como quem recita uma tese: “Planejamos para evitar problemas maiores no futuro.” Nhô Lalau soltou uma risada: “Futuro? Oxe, o amanhã é de Deus. Nós só damos conta do que aparece hoje!”

Dr. Kuratudo, médico local, entrou na conversa com aquela calma de quem já prescreveu calmante demais: “Nhô Lalau, improvisar pode resolver agora, mas cria um problemão lá na frente.” Nhô Lalau balançou a cabeça, já meio cansado: “Doutor, deixa o futuro se virar!”

Do outro lado da praça, Dona Zéfa, embaixadora da diplomacia burracicabense, virou para Dr. Têjepreso, o delegado da cidade, e disse: “Vocês aqui adoram prender os outros, hein? Lá, a gente resolve na prosa. No máximo, dá uns gritos.” O delegado, com aquele jeitão sério, rebateu: “Aqui, seguimos a lei. Ordem é ordem.” Dona Zéfa deu de ombros e soltou: “Mas às vezes, uma conversa resolve mais que uma cela, não acha?”

Enquanto a praça fervilhava de conversas, Filó e João, líderes de Sábiacicaba, começaram a perceber que os burracicabenses tinham lá suas vantagens. “João, acho que podemos aprender com eles. São rápidos, enquanto nós demoramos demais decidindo até que caneta usar.” João, concordando com um suspiro, disse: “Verdade. Eles resolvem o problema antes que a gente termine de fazer a primeira reunião.”

Já Ana, moradora de Burracicaba, virou para Pedro, de Sábiacicaba, e comentou sobre a educação: “Olha, a escola é importante, mas a gente precisa de solução agora, não pra daqui a 20 anos!” Pedro, fã de longos planejamentos, tentou argumentar: “Mas educação é um investimento a longo prazo!” Ana, com cara de quem ouviu um discurso de elevador quebrado, só pensou: “Lá vem ele de novo.”

No fim das contas, Dr. Kuratudo teve um estalo de gênio: “Gente, e se a gente juntasse o jeito rápido deles com nosso planejamento? Seria o casamento perfeito!” Nhô Lalau, rindo, respondeu: “Esses sabichões até que têm umas boas ideias, mas o segredo é não pensar demais. Se demorar muito, o problema vai embora sozinho.”

No final do encontro, ficou claro que Burracicaba e Sábiacicaba tinham muito a aprender uma com a outra. A pressa de Burracicaba podia ajudar Sábiacicaba a descomplicar, enquanto o planejamento de Sábiacicaba podia salvar Burracicaba de algumas enrascadas.

Dr. Têjepreso, no auge da sua seriedade, concluiu: “Se conversarmos mais, talvez eu precise prender menos gente. Às vezes, um papo resolve o que uma cela não resolve.”

Quando o sol começou a se pôr, as duas cidades perceberam que essa troca de ideias tinha potencial. E, às vésperas das eleições, ficou claro: se Burracicaba e Sábiacicaba derem as mãos, pode surgir um futuro promissor. Afinal, quem disse que pressa e planejamento não podem caminhar juntos?

Assim, os novos encontros estão sendo realizados através dos jornais, TVs, rádios e das redes sociais, onde será adicionado o componente jornalístico para o direcionamento do seu voto.

Ao longo do encontro, ficou evidente como a união entre diferentes formas de pensar pode construir uma sociedade mais equilibrada e solidária, onde a busca por soluções rápidas e o planejamento a longo prazo se complementam em prol do bem comum. A mensagem aqui é clara: ao invés de polarizar opiniões e agir com extremismos, devemos valorizar a troca de ideias e o diálogo, focando em interesses coletivos que promovam uma convivência harmoniosa e produtiva. Essa integração de pensamentos distintos pode ser o caminho para uma sociedade mais unida, progressista e justa.

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Walter Naime, arquiteto-urbanista, empresário.

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