Setembro Amarelo – Dia mundial de prevenção ao suicídio é lembrado hoje

A psiquiatra da Santa Casa de Piracicaba, Ana Paula Bethara Marquesini. CRÉDITO: Divulgação

Em 10 de setembro, mundo se une para discutir a prevenção do suicídio; uma das principais causas de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos

 

O Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, 10 de setembro, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma forma de aumentar a conscientização sobre a importância de apoiar aqueles que enfrentam crises emocionais. No Brasil, os números são alarmantes. Segundo dados recentes do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, cerca de 13 mil pessoas cometem suicídio anualmente no país, representando uma taxa de 6,1 por 100 mil habitantes.

Globalmente, a situação não é diferente. A OMS estima que, a cada ano, mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida. O suicídio é uma das principais causas de morte entre jovens, especialmente entre aqueles com idade entre 15 e 29 anos.

É preciso estar atento aos sinais de alerta que podem indicar que alguém está em risco de suicídio. De acordo com a psiquiatra do Sesmt da Santa Casa de Piracicaba, Ana Paula Bethara Marquesini, entre os sinais mais comuns estão as mudanças de comportamento, como o isolamento social e alterações nos hábitos de sono e alimentação.

“A perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas, bem como o isolamento, é um sinal que não deve ser ignorado. O aumento do uso de substâncias, como álcool e drogas, pode indicar que a pessoa está lidando com a dor emocional de maneira prejudicial. É importante estar atento e oferecer apoio. O simples ato de ouvir pode fazer a diferença”, afirma a psquiatra.

E a ajuda, nesses casos, pode vir de diversas fontes. “Profissionais de saúde mental, amigos e familiares desempenham papéis essenciais na rede de suporte. Não devemos subestimar a dor do outro. Às vezes, a melhor abordagem é estar presente e mostrar que a pessoa não está sozinha”, destaca Ana Paula.

De acordo com a médica, existem vários mitos sobre o suicídio que precisam ser esclarecidos. Um dos mais comuns é a crença de que falar sobre suicídio ou até mesmo saúde mental, ou a busca por ajuda, incentivam a prática. “Na verdade, conversar abertamente sobre o tema pode ajudar a desestigmatizá-lo e encorajar pessoas em crise a buscar ajuda”, reforça.

Outro mito, segundo ela, é que apenas pessoas com doenças mentais cometem suicídio. “Embora transtornos mentais sejam fatores de risco, muitas pessoas que tiram a própria vida não têm diagnósticos formais. Além disso, é comum pensar que o suicídio acontece de repente, no entanto muitas vezes há sinais de alerta e comportamentos que precedem a ação, como mudanças de humor e isolamento”, destaca.

Um equívoco frequente é que quem fala sobre suicídio não comete o ato de atentar contra a própria vida. “Na realidade, muitas pessoas que abordam o tema estão expressando seu sofrimento e podem estar em risco real. Também acredita-se que o suicídio é uma escolha egoísta, mas na realidade, quem considera essa opção geralmente enfrenta uma dor intensa e pode não ver outras alternativas para sua dor. Esse ato é, na verdade, o último pedido de socorro”.

 

SAIBA ONDE BUSCAR AJUDA EM PIRACICABA:

Amb. de Saúde Mental Vila Cristina: (19) 3402-3028 e 3413-4285

CAPs Bela Vista: (19) 3432-9964 e 3433-0312

Ambulatório de Saúde Mental Vila Sônia: (19) 3415-3343

CAPs Infantojuvenil: (19) 3434-4732 e 3426-3808

Todos atendem de segunda à sexta-feira das 7  às 17 horas.

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