
O deputado estadual Helinho Zanatta se reuniu virtualmente ontem (18) com o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula. No escritório regional, em Piracicaba, Helinho recebeu pescadores, ribeirinhos, representantes de associações e pessoas autônomas que vivem da pesca e do turismo e tiveram suas atividades afetadas pela mortandade de peixes registrada no dia 7 de julho.
Também estiveram presentes à reunião os prefeitos Thiago Silva, de São Pedro, e Josias Zani Neto, de Santa Maria da Serra. André de Paula e o corpo técnico do ministério já haviam se colocado a par da situação e propuseram a criação de um comitê emergencial para permitir que os governos estadual e federal possam agir de forma mais eficaz.
“Quero agradecer o ministro André de Paula por nos atender e olhar com carinho para essa tragédia que assola o Rio Piracicaba e toda a região. Penso que o momento é de unirmos forças e estabelecer ações a curto prazo para minimizar os impactos ambientais. Está previsto para amanhã a entrega do laudo da Cetesb sobre todo o ocorrido, e a partir daí teremos uma série de atitudes que irão colaborar para que possamos recuperar o máximo possível do nosso rio”, lembrou Helinho.
O deputado, que logo após a tragédia acionou os órgãos competentes, deixou a palavra aberta para que pescadores e pessoas ligadas à atividade pesqueira e de turismo pudessem explanar ao ministro a real situação.
“Nós nunca vimos uma mortandade nessas proporções. Estamos falando de pelo menos uma década para que o Rio Piracicaba volte ao patamar que estava. Agora precisamos focar na limpeza do rio e dar suporte para os pescadores que vivem da pesca e não têm outra fonte de renda”, pontuou o Gordo do Barco, como é conhecido.
Helinho Zanatta disse ter acionado o secretário estadual de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, e a Defesa Civil do Estado de SP. Com a criação do comitê, é esperado que tanto o poder público quanto as entidades civis ganhem mais força para poderem receber recursos e capitanear ações voltadas à limpeza e recuperação do Rio Piracicaba.
Tragédia Ambiental
Todos vimos e acompanhamos a triste notícia da mortandade de peixes no Rio Piracicaba ocorrida no dia 7 de julho. Não é a primeira vez e não é nenhum grande mistério a causa dessas mortes. Empresas e indústrias constantemente despejam seus efluentes (esgoto), sem tratamento, diretamente no Rio e essa mortandade excessiva que virou notícia nacional, não é um fato isolado. Nosso Rio, há tempos, está morrendo aos poucos… ou aos muitos.
Mesmo que multas sejam pagas, mesmo que outros peixes sejam reinseridos para repovoar essas águas, o que foi perdido não volta mais. Toneladas de peixes de diferentes espécies representam inúmeras vidas, perda da biodiversidade e interferências ecossistêmicas que não chegarão a ser recompostas, de maneira alguma.
O que deve ser feito, além da severa punição aos poluidores, é a fiscalização preventiva das empresa e usinas, com a verificação periódica de seus equipamentos, dos documentos e licenças, da destinação dos efluentes gerados e com a análise dos materiais de acordo com parâmetros estabelecidos em lei.
Estamos assistindo o meio ambiente ser destruído por completo e não é por menos que a população está indignada com as mortes no Rio, que é o nosso principal cartão postal, fonte (não tão) abundante de vida, beleza, cultura, turismo, esportes e lazer. Não podemos permitir que isso se perca.
Outras formas de proteção ambiental também são necessárias, como a não impermeabilização excessiva do solo, o reflorestamento e preservação das margens do Rio, dos córregos e nascentes, o combate à loteamentos irregulares, ao desmatamento e à erosão.
Mesmo distante da área urbana, desta vez o nosso “mini Pantanal”, o Tanquã, foi fortemente atingido. Local de muita vida silvestre e rica diversidade de espécies de aves e de peixes.
As imagens desta triste tragédia ambiental, provocada por total desrespeito ao meio ambiente, chocaram a todos.
Piracicaba está indo na mesma direção de outros locais já degradados e sem vida silvestre. Mas, ainda há tempo de cuidar deste meio e responsabilizar todos os que causam e causaram esta destruição.
Ambientalistas, “Ecochatos”, precisamos de vocês!
Mandato Coletivo “A Cidade é Sua!” é formado pela vereadora Silvia Morales, e pelos co-vereadores Jhoão Scarpa e Pablo Carajol. Coautoria: assessoria parlamentar Aline Gallo.
Deputada Marina Helou cobra Cetesb sobre mortandade de peixes no rio
A deputada estadual Marina Helou, da Rede Sustentabilidade, solicitou esclarecimentos à presidência da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) a respeito da mortandade de peixes na região de Piracicaba. A partir de ofício enviado ontem (18), a agência responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição no estado deverá informar ações e penalidades que serão aplicadas ao responsável pelo crime ambiental. A deputada questiona sobre as medidas previstas para a recuperação do ambiente afetado e as ações remuneratórias às populações impactadas.
Na última semana, a prefeitura da cidade retirou cerca de três toneladas de peixes mortos de afluentes do Rio Piracicaba, e investigações deverão apontar se a responsabilidade é da Usina São José, instalada no município vizinho de Rio das Pedras (SP). O odor alterado do rio começou a ser notado no dia 7 de julho, quando a Cetesb identificou a fonte poluidora como sendo a usina. Notícias veiculadas pela imprensa apontam que a poluição do afluente teria decorrido do despejo irregular de resíduos agroindustriais no curso d’água.