O contexto da Revolução Constitucionalista de 1932

 

Edson Rontani Júnior, jornalista e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba

 

O Brasil teve constantes revoluções que são delineadas pelo contexto histórico. Não era, portanto, de esperar que a década de 1930 fosse esquecida por uma delas. Cultuada com maior ênfase pelo Estado de São Paulo, a Revolução Constitucionalista teve sua ordem na construção do Brasil.

Estudos analisam mais de 50 levantes no Brasil ou com envolvimento do Brasil ao longo do século passado, iniciando com a revolta regionalista pela emancipação do Sul do Mato Grosso (1901), passando por rebeliões militares e políticas, contestados sociais, sedição, insurreição e outros, chegando à Guerrilha do Araguaia (1967) e à Operação Traíra (1991).

A Revolução Constitucionalista de 1932 surgiu pela insatisfação do Estado de São Paulo com o Governo Federal, presidido por Getúlio Vargas, que administrava a nação. O presidente anterior, Washington Luis, foi deposto pela Revolução de 1930. Seu vice, Júlio Prestes destituiu governadores e fechou a representação legislativa (Congresso Nacional, Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais), revogando a Constituição em vigor, datada de 1891. Getúlio Vargas, candidato derrotado, assume o país pela Revolução de 1930, num governo que seria provisório.

Torna-se frustrada, nos anos seguintes, a intenção de criar uma nova Constituinte e definir as linhas da lei magna da nação brasileira. O descontentamento leva paulistanos às ruas em 23 de maio de 1932 e, de 9 de julho a 2 de outubro do mesmo ano, o Estado de São Paulo opta pela luta armada para destituir Getúlio. A insurreição se dá pela necessidade de criar uma Constituição com ares das necessidades da Nova República.

Piracicaba sentiu pelos seus filhos que perderam a vida nestes três meses de conflito, sendo,

Agenor Rocha 3º. Sargento radiotelegrafista, atuou no Corpo de Bombeiros de São Paulo e ocupou o Exército Constitucionalista do Setor Sul

Alexandre Petta comerciário, voluntário da 1ª Liga de Defesa Paulista no Exército Constitucionalista Setor Norte

Antonio de Barros César professor, voluntário do 4º Batalhão de Caçadores de Reserva no Exército Constitucionalista Setor Norte

Claudionor Barbieri estudante nascido em Bariri foi incorporado em Piracicaba como voluntário do Batalhão Baptista da Luz do Exército Constitucionalista Leste

Ennes Silveira Mello agrimensor, voluntário do 4º Batalhão de Caçadores da Reserva do Exército Constitucionalista do Setor Norte

Francisco Honório de Souza voluntário do 2º. Batalhão dos Funcionários Públicos do Exército Constitucionalista do Setor Norte

Jorge Jones integrante da Unidade de Voluntários do Exército Constitucionalista Setor Leste

Jorge Zohlner membro da Força Pública Paulista – denominação anterior da atual Polícia Militar do Estado – atuou no 2º. Batalhão de Caçadores Paulistas do Exército Constitucionalista Setor Norte

José Homero Roxo nascido em Anhembi, era sargento da 7ª. Companhia dos 3º. Batalhão do 5º. Regimento de Infantaria, atuando no 5º. Regimento da Infantaria do Exército Brasileiro do Exército Constitucionalista Setor Norte

José Soares cabo da 3ª. Companhia do 4º. Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública atuou no Exército Constitucionalista do Setor Norte

Lauro de Barros Penteado engenheiro atuou como voluntário do Batalhão 14 de Julho do Exército Constitucionalista Setor Sul, junto ao Batalhão Piracicabano

Natal Meira Barros comerciário integrou como voluntário o 2º. Batalhão dos Funcionários Públicos no Exército Constitucionalista do Setor Norte

Prudente Meirelles de Moraes engenheiro que integrou a Unidade de Voluntários do Exército Constitucionalista Setor Leste. Neto do presidente da República do Brasil Prudente de Moraes

Romário de Mello Nery funcionário público atuou como voluntário do Batalhão Marcondes Salgado no Exército Constitucionalista do Setor Leste

Sylvio Cervellini contador contábil serviu como voluntário o 6º. Batalhão de Caçadores de Reserva do Exército Constitucionalista do Setor Sul

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Edson Rontani Júnior, jornalista, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba (IHGP)

 

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