A Bandida da Luz Vermelha

Walter Naime

 

A Bandida da Luz Vermelha não é uma mulher, tampouco tem ligação com o criminoso. Esta “bandida” é uma representação do nosso senso de justiça interior, a luzinha vermelha que acende em nossa mente quando julgamos algo como certo ou errado. Todos os seres humanos são, por natureza, julgadores, e essa luzinha é alimentada pela combinação de experiências vividas e pelo livre arbítrio.

Em uma contraposição ao infame Bandido da Luz Vermelha, que aterrorizou a cidade de São Paulo, com suas ações criminosas, surge a figura da Bandida da Luz Vermelha. Diferente do bandido, cuja verdadeira identidade era João Acácio, conhecido por usar uma lanterna de luz vermelha durante seus crimes, a Bandida da Luz Vermelha reside na mente de cada ser humano, funcionando como um indicador moral, acionando uma “luzinha vermelha” que nos alerta para questões de certo e errado.

O Bandido da Luz Vermelha era um criminoso notório, ativo nos anos 1960, famoso por atuar sozinho e planejar meticulosamente seus assaltos, geralmente à noite. Utilizava uma lanterna de luz vermelha para amedrontar suas vítimas e iluminar o ambiente, o que lhe rendeu o apelido.

João Acácio planejava seus roubos com precisão, estudando os alvos e aproveitando a escuridão da noite para garantir a surpresa e minimizar a chance de ser pego. Usava a lanterna vermelha como seu principal apetrecho, não só para iluminar, mas também para criar uma atmosfera de terror. Seus roubos financiavam um estilo de vida de ostentação, e a escolha da noite como período de atuação se dava pela menor presença de testemunhas e maior vulnerabilidade das vítimas.

Em juízes e magistrados, essa luz vermelha se manifesta como um rigoroso senso de justiça, orientando suas decisões. A luz vermelha é uma ferramenta cerebral que executa julgamentos morais, indicando possíveis transgressões antes mesmo de uma ação ser tomada.

A bandida da luz vermelha, ao contrário do bandido, não pune. Ela apenas indica, guiando nossas ações com base em princípios morais. O bandido utilizava sua lanterna vermelha com a finalidade de status e originalidade, simbolizando o mal que prospera na escuridão e no medo. Entretanto, a luzinha vermelha interna é uma força do bem, apontando erros e prevenindo crimes.

O bem sempre vence o mal. Podemos inutilizar a lanterna do bandido ao manter nossa luzinha ativa, atentos às nossas escolhas e guiados por um senso de justiça apurado. A bandida da luz vermelha simboliza a vitória do discernimento moral sobre as trevas da criminalidade.

Não permita que o bandido da luz vermelha, com suas intenções malignas, domine suas ações. Mantenha sua luzinha vermelha sempre acesa, atenta às circunstâncias e pronta para indicar o caminho correto. Assim, a bandida da luz vermelha, nosso guia moral interior, prevalecerá, garantindo que o bem triunfe sobre o mal.

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Walter Naime, arquiteto-urbanista, empresário.

 

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