Daniela Menochelli
O Hospital Regional de Piracicaba realiza exames pré-operatórios, mas não agenda cirurgias. Os exames pré operatórios são parte fundamental do processo de preparação para uma cirurgia, pois ajudam a identificar possíveis problemas de saúde que possam interferir no procedimento.
Esses exames incluem exames de sangue, radiografias, eletrocardiograma, entre outros, além de consultas com cardiologista e anestesista. Após a conclusão dos exames, os exames são avaliados por especialistas que determinam se o paciente está apto para cirurgia.
Depois dessa fase pré-operatória o paciente é orientado a aguardar o agendamento da cirurgia sem previsão, há pacientes que já passaram por todo processo e aguardam a realização da cirurgia a pelo menos 2 anos o que é inaceitável, pois todos os procedimentos que foram feitos como exames e consultas perderam a validade e o paciente terá que passar por todo processo pré-operatório novamente.
Isso gera um gasto desnecessário ao erário público, a nossa saúde pública que vem sendo prejudicada a anos, pois cada vez que o paciente passa por esse processo e a cirurgia não é realizada exames e consultas que já foram pagos, irão gerar novos custos aos cofres públicos, enquanto o paciente sofre com o problema de saúde aguardando pela cirurgia.
Não há um cronograma adequado para esses agendamentos, tampouco uma fiscalização para que esse sistema funcione de modo a não gerar tantos gastos desnecessários e supra as necessidades da população usuária do SUS (Sistema Único de Saúde).
A implementação de políticas públicas de fiscalização nos procedimentos cirúrgicos do SUS é uma medida urgente e necessária para garantir a qualidade e segurança dos serviços de saúde oferecidos à população.
As políticas Públicas de fiscalização devem envolver a criação de diretrizes e normas específicas para procedimentos cirúrgicos, a definição de critérios de qualidade e segurança, a fiscalização regular dos hospitais e centros cirúrgicos, a avaliação da competência dos profissionais e o estabelecimento de medidas corretivas no caso de não conformidades.
Além disso, é importante promover a transparência e o acesso a informação sobre as políticas públicas de fiscalização para que a população possa acompanhar
e participar do processo. A conscientização da população sobre seus direitos e a divulgação dos resultados das fiscalizações também são fundamentais para incentivar a melhoria contínua dos serviços prestados.
É necessário que haja uma regulamentação clara e efetiva, bem como a capacitação adequada dos profissionais. Caberia aos políticos criar uma lei de transparência através de um portal onde os pacientes possam acompanhar os agendamentos. Enquanto essas medidas não são criadas a população continua sofrendo com a espera e à mercê de um sistema falho e ineficiente.
Daniela Menochelli, jornalista.