Junho Violeta lembra que sexo não tem idade

Gregório José

Neste Junho Violeta, a sociedade é convidada a refletir sobre a velhice, não como uma fase de decadência, mas como uma etapa da vida repleta de experiências, afetos e possibilidades. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) nos lembra da importância de aceitar e valorizar o envelhecimento, alertando para as diversas formas de violência que as pessoas idosas enfrentam. Em um país onde a população envelhece rapidamente, é crucial romper com preconceitos e reconhecer a dignidade e a riqueza de vivências que os idosos carregam.

Em especial, o Dia dos Namorados é uma oportunidade de derrubar os tabus que cercam a sexualidade e o afeto na terceira idade. O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, destaca que, além de lidar com as mudanças físicas e emocionais inerentes ao envelhecimento, os idosos devem ter a liberdade de cultivar o amor e a intimidade. A troca de afeto, essencial em qualquer fase da vida, exige sabedoria e disposição para harmonizar os desafios cotidianos com a busca pelo prazer e pela conexão emocional.

Estudos, como o Relatório Mundial sobre o Idadismo, evidenciam que o preconceito contra os idosos tem um impacto profundo na sua qualidade de vida, exacerbando sentimentos de isolamento e solidão. O preconceito baseado na idade não só restringe a expressão da sexualidade como também aumenta os riscos de violência e abuso. Este é um alerta grave que não pode ser ignorado. Precisamos, como sociedade, cultivar o respeito e a inclusão, garantindo que nossos idosos tenham a liberdade de viver plenamente.

A ginecologista e terapeuta sexual Sandra Portela Rezende reforça que a sexualidade é uma parte indissociável da saúde. Ela defende que os idosos devem explorar sua sexualidade sem vergonha, cultivando uma vida saudável e ativa. É essencial que recebam orientação médica regular para que possam desfrutar do prazer com segurança e respeito. A exemplo do publicitário aposentado Márcio Cavalcante, a vida amorosa na terceira idade pode ser uma fonte contínua de alegria e rejuvenescimento, quebrando os estigmas que a sociedade muitas vezes impõe.

A campanha Junho Violeta, promovida pelo MDHC, é uma iniciativa louvável que precisa do engajamento de todos nós. As ações planejadas, que incluem reportagens, vídeos e eventos, são uma maneira de disseminar conhecimento e sensibilizar a população sobre os direitos e a dignidade das pessoas idosas. Celebrar o envelhecimento, respeitar a diversidade de vivências e combater todas as formas de violência contra os idosos são atitudes fundamentais para uma sociedade justa e humanizada. Que o Junho Violeta nos inspire a construir um futuro em que a velhice seja sinônimo de respeito, afeto e realização.

______

 

Gregório José, jornalista, radialista, filósofo

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima