As armadilhas ocultas das Festas Juninas

 

Gregório José

Estamos em junho, o mês das vibrantes festas juninas. É quando o céu se ilumina com fogos de artifício, as ruas se aquecem com fogueiras, e o ar se enche dos aromas irresistíveis das guloseimas típicas. No entanto, não podemos deixar que o encanto dessas celebrações nos faça esquecer a necessidade de precaução. A alegria das festas juninas não deve, sob nenhuma circunstância, transformar-se em tragédia.

Com a chegada das festividades, surgem também alertas essenciais para que possamos desfrutar desses momentos com segurança. A primeira e mais vital orientação é a respeito da compra e armazenamento dos fogos de artifício. Produtos de fabricação caseira ou armazenados de forma inadequada são verdadeiras armadilhas, prontas para explodir e causar estragos irreparáveis. É imprescindível adquirir fogos de fontes confiáveis e manter apenas pequenas quantidades em casa.

Quando for soltar fogos, seja cauteloso. Nunca, em hipótese alguma, segure rojões diretamente com a mão. Use suportes ou varetas para manter uma distância segura. Além disso, é essencial garantir que os fogos sejam disparados em áreas livres de aglomerações, longe de pessoas, e especialmente afastados de fios elétricos. Um único erro pode resultar em ferimentos graves ou até incêndios devastadores.

Mas não são apenas os fogos que representam riscos. As fogueiras, símbolo das festas juninas, também escondem perigos. As bebidas típicas, como o quentão e o vinho quente, são inflamáveis e podem transformar um simples descuido em um acidente sério. E a combinação de álcool e fogos de artifício é um convite ao desastre. Se consumir bebidas alcoólicas, mantenha-se longe dos fogos e das fogueiras.

As crianças, com sua energia e entusiasmo, adoram as “biribinhas” e a magia das fogueiras. Contudo, é crucial que os adultos supervisionem essas brincadeiras de perto. Biribinhas podem parecer inofensivas, mas são capazes de causar queimaduras e iniciar incêndios se entrarem em contato com materiais inflamáveis. Além disso, a ingestão excessiva de doces juninos pode levar a outros problemas de saúde.

Apesar dos alertas contínuos, os números de internações e até de mortes causadas por acidentes com fogos de artifício disparam em junho. Mesmo os fogos de menor potência podem causar lesões severas, mutilações e danos irreversíveis à visão e à audição. Portanto, a cautela não é apenas aconselhável, é indispensável.

E não podemos esquecer dos balões. Por mais encantadores que sejam, soltar balões é ilegal e extremamente perigoso. Eles podem causar incêndios florestais e urbanos de grandes proporções. Quanto às fogueiras, elas devem ser montadas com extremo cuidado e longe de qualquer coisa que possa pegar fogo facilmente.

Se um acidente acontecer, a prioridade absoluta deve ser buscar atendimento médico imediato. Queimaduras, mesmo as que parecem menores, podem ter consequências sérias e só um profissional de saúde é capaz de avaliar adequadamente.

Em meio à celebração, é fundamental lembrar que nem todas as tradições precisam ser cumpridas ao pé da letra. Fogos de artifício, por exemplo, podem ser perigosos demais para se brincar. Sua segurança e a das pessoas ao seu redor são mais importantes do que qualquer espetáculo pirotécnico. As festas juninas são uma época de alegria e confraternização – vamos fazer com que continuem assim, livres de acidentes e tragédias.

Gregório José, jornalista, radialista e filófoso

 

 

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