A nova Pinacoteca Municipal

Carlos Beltrame

Conhece-se como pinacoteca qualquer coleção de pinturas, um espaço destinado à exposição que também pode incluir esculturas. Costuma abrigar exposições temporárias, e às vezes a obra de artistas de renome nacional e até internacional, além de resguardar um rico acervo técnico e espaço para conservação de trabalhos. Estas são conceitos universais que recaem minuciosamente sob a Nova Pinacoteca Miguel Dutra, instalada há pouco mais de um mês no Armazém 14 A do Engenho Central e já com números recordes de visitação.
Em um mês de funcionamento, de 10 de maio a 10 de junho, a Nova Pinacoteca, sob direção da historiadora Renata Gava, recebeu 5837 visitantes, número oficial que consta no livro de visitas, tendo ciência que muitas pessoas apenas adentram ao espaço sem assinar. Recebemos visitas de piracicabanos e de munícipes da região, assim como de turistas de outros estados do Brasil e até mesmo alguns estrangeiros, como japoneses, indianos, argentinos, chilenos, norte-americanos, entre outras nacionalidades.
Vale ressaltar que já se iniciaram algumas atividades paralelas no local, como apresentações artísticas e oficinas, além da primeira sessão de cinema, que acontece na área externa, no sábado, 22/06.

A transferência da Pinacoteca Municipal Miguel Dutra ao Engenho Central, um local com grande fluxo diário de pessoas, é mais um movimento da Gestão Luciano Almeida em democratizar o acesso à cultura. Dentro do Engenho Central, cumpre sua função social: um espaço onde objetos de arte estão disponíveis com fácil acesso para a apreciação dos cidadãos.
Para quem ainda não conhece, a Nova Pinacoteca está em um prédio em frente a passarela Pênsil em uma área de 17 mil metros quadrados. Ali, até o fim da década de 1970, funcionou um depósito de açúcar, quando o Engenho Central era a sede da extinta Société de Sucreries Brésilienes.
Inovadora e plural, a Nova Pinacoteca Municipal Miguel Dutra conta com diversos espaços, entre eles o grande salão, que receberá os três eventos artísticos expressivos do espaço, dos quais se originam a maioria das obras que compõem o acervo da instituição, Salão de Belas Artes, o Salão de Arte Contemporânea e o Salão de Aquarelas, este que atualmente ocupa o espaço.
Tem também um mezanino, que é destinado para mostras paralelas ou de artistas convidados. Hoje, está montado no local a mostra Meu nome? Carmela Pereira!, com cerca de 70 obras de Carmela Pereira, 88 anos, reconhecida como expoente da arte naïf de Piracicaba. Aliás, vale destacar que é a primeira vez que a Pinacoteca dá espaço para uma artista naïf, uma decisão certeira que já é bastante elogiada por muitos da classe artística local.
Trazer a Pinacoteca ao Engenho Central é um movimento muito especial. Ali ao lado está o belíssimo Teatro Municipal Erotides de Campos, um dos espaços culturais mais requisitados da cidade, com uma qualidade técnica e estética indiscutível. O próprio Engenho, como um todo, é um complexo cultural, turístico e histórico que é orgulho do piracicabano. Quem vem aqui aos fins de semana, por exemplo, tem muitas ofertas de cultura e agora tem mais um: a Nova Pinacoteca.
A Nova Pinacoteca assegura a preservação e conservação da herança cultural e natural da comunidade. Serve, ainda, de foco cultural e de centro de pesquisa, provendo oportunidades de envolvimento da comunidade no seu funcionamento. Estamos apenas no primeiro mês de funcionamento da Nova Pinacoteca e sua estrutura, equipe técnica e, claro, o fácil acesso já mostram que se trata de um equipamento cultural genuíno, construído com profissionalismo e respeito à classe artística e à população.

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Carlos Beltrame, secretário da Ação Cultural

 

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