O dia depois de amanhã… e Piracicaba

 

 

 

Rui Cassavia Filho

 

É possível que em algum tempo a civilização humana se perdeu e despareceu. Não sabemos os motivos da perda e do desaparecimento, mas muitas histórias e estórias, gravadas de inúmeras formas, persistem em ser encontradas em todos os territórios do mundo.

Os mistérios que não são mistérios, são fatos, revelam as ações humanas adversas a sua própria natureza. Os egípcios, os gregos, os romanos e tantos outros reinos dominaram o mundo no seu tempo, a procura de riqueza, escravizando seu povo, suas cidades, seus territórios e até outras nações, exemplarmente admirados como os romanos de Cézar e os alemães de Hitler.

Mas os pensadores como Platão, Descartes, Newton, Karl Marx e Friedrich Engels, Adam Smith e Albert Einstein e tantos outros, mudaram o mundo, e, sempre com fé e esperança, traduziam em suas teorias revolucionárias, a virtude do ser humano pela admiração do que é belo, pela vida, com a inovação e desenvolvimento de uma sociedade humana digna da terra que lhe dá sustento.

Excepcional foi um homem entre eles, Jesus, que revolucionou esses impérios formadores de escravos e de ódio, ensinando e fomentando princípios como “amai vos uns aos ouros”, que não escreveu nenhum livro mas é o mais lido, o mais debatido, e dentre eles, talvez, o mais estudado.

Mas o ser humano, com sua qualidade “infinita e divina”, mão aprendeu e nem observou que no seu mundo há uma cadeia acorrentada em elos pequenos, formadores de vida, dos elementos terra, água, fogo, madeira e metal.

Mas sua inteligência especulativa trouxe à mesa um tema apocalíptico, como Sodoma e Gomorra,  descrito “Em todo o mundo, o clima violento provoca destruição em massa, incluindo uma enorme tempestade de neve em Nova Deli, uma tempestade de granizo do tamanho de bolas de golfe em Tóquio, e uma série de tornados devastadores em Los Angeles. O presidente Blake, autoriza a FAA para suspender todo o tráfego aéreo devido à turbulência severa. Na Estação Espacial Internacional (ISS), três astronautas assistem a um sistema enorme de tempestades no hemisfério norte, atrasando seu retorno a Terra.”[1]

Será isso hoje, aqui em nosso Brasil, especial o Rio Grande do Sul, o celeiro do mundo, terra de produção fértil e abundante, que o destino se deu a revelar a ‘velocidade dos efeitos climáticos” de maneira capaz de dizimar pessoas, cidades, estados, e “reinos” formadores de riqueza inigualável, mas de pobreza infinita.

Aqui, nesta terrinha, tem um “Burgomestre” que insiste em dizimar a proteção ambiental, cultural e histórica , proporcionando o “acumulo de riqueza” aos seus , garantido a nobreza e status, em detrimento da cidade, e caminhando a um “Tsunami” de caráter excepcional e destruição em massa.

Talvez, apenas talvez, desconhece o “Burgomestre” que as condições climáticas mundiais são assunto de conferências, simpósios e outros fóruns que já ha algum tempo de preocupam com “O dia depois de amnhã”, e, então, Vossa administração, “abre a porteira” de um insano desenvolvimento de morte humana garantida.

Ao permitir o corte de árvores na “Praça do Rolo”, na Av. Alidor  Pecorar, na Praça da Boyes sacrificando a Área de Preservação Permanente – APP – tombada pelo Projeto Beira Rio, e, permitindo o adensamento do centro da cidade e expandindo seu território urbano central, põe em jogo, com cartas fechadas, a “sorte da cidade”.

A Administração atual garante o apocalipse climático nesta “terrinha”, recheado de atos seriamente comprometidos com o capital especulativo de “coronéis” e “caciques”, concretando caminhos sinalizados, e impermeabilizando a sustentabilidade da vida.

Assim a “porteira está aberta” e a iniciativa privada prevalece sobre o interesse público quando a permissão de funcionamento dos “bares” da cidade possam ocupar passeios públicos descriminalizando os cidadãos desta “terrinha”, que muitas vezes precisam se entremear entre carros, motos , ônibus e etc. para “curtir” o passeio público e atravessar uma “via pública”, também usada pelos mesmos e outros bares; senão , ainda, as mesas que servem seus clientes utilizam a “praça pública” para o “descanso e prazer” acompanhado dos “petiscos de boteco”.

Aqui, nesta ‘terrinha” onde todos os usos são permitidos em todo o território, pode os alunos de escola de 1º e 2º grau, com seus cadernos e livros, misturar-se em plena luz do dia com aqueles que se “estacionam e descansam” nas mesas destes bares com suas bebidas, cigarros e sei mais lá o que !!!

Para que serve o Projeto Beira Rio à Administração Pública atual se a ela não traz qualquer retorno, especialmente político, apenas o trabalho de mantê-la, porque nem mesmo preservar é do interesse político, mas de muito interesse público.

Esclarece com primazia o CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – “É visível a falta de identidade dos filiados aos diversos partidos políticos, a começar por seus dirigentes. O oportunismo eleitoral é a chave de leitura dos candidatos e de seus cabos eleitorais. Dessa maneira, o povo é sempre um objeto de manipulação no processo eleitoral. …

… Os governantes de plantão sabem utilizar, de forma aética, o poder de que dispõem para comprar adesões, usando, ao pé da letra, recursos públicos. É comum os políticos em exercício e os candidatos, vergonhosamente, mudarem de posição, segundo o sopro do vento do interesse político-partidário e das pesquisas eleitorais. É impressionante como, de norte a sul, um aliado de ontem se torna o adversário político hoje, sacrificando até, em muitos casos, a própria amizade. …

A democracia, sem dúvida, é a forma mais elevada de participação do povo na condução dos rumos de seu próprio país, na medida em que pode escolher os seus dirigentes, nas instâncias locais, regionais e nacionais, no caso brasileiro, no âmbito municipal, estadual e federal. ”

Então… “meu povo e minha povoa” façam uma escolha que lhe preservem a vida e lhe deem sustentabilidade, e não permitam dizimá-los (as).

Dizimem Impérios como Ele nos ensinou, sem violência mas com amor e sabedoria !!!

                            

                              Canoas , RS ; fonte site Folha de São Paulo 8/05

 

 

[1] Filme “O dia depois de amanhã”

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