Entre cafés e fofocas no Poder Público e nas Igrejas

Na pacata cidade de Trolândia, onde as ruas são estreitas e as vacas têm mais destaque que os políticos, a fofoca na Câmara Municipal é mais quente que o café da dona Maria. É um verdadeiro circo dos horrores! Todo dia é uma novidade. Se você chega para uma xícara de café inocente, sai de lá sabendo que o Zé tá saindo com a Maria, a Maria tá flertando com o João, e o João tá de olho no dinheiro do vereador que tá mais furado que peneira de cozinheira de feijoada!

E não para por aí, não. Tem sempre aquele cidadão que jura de pés juntos que o Fulano é um agiota em potencial, emprestando dinheiro a 10% de juros ao mês. Eu te pergunto, quem em sã consciência emprestaria dinheiro a essas taxas absurdas? Só se for pra comprar um lugar no paraíso fiscal!

Mas a melhor parte é quando alguém resolve confrontar o fofoqueiro-mor, aquele que tá sempre de ouvido em pé e língua afiada. É um espetáculo digno de Oscar! O sujeito fica vermelho feito tomate, gagueja mais que vendedor de língua presa e acaba saindo de fininho, jurando que só queria informar o bem do povo.

E a cereja do bolo é quando alguém finalmente perde a paciência e manda o fofoqueiro se catar, é um espetáculo à parte! “Me deixa em paz, ô infeliz! Vai tomar banho nas praias do fim do mundo!” gritam, enquanto o fofoqueiro das costas ocas sai de fininho, com a cauda entre as pernas, pronto pra encontrar sua próxima vítima.

E na prefeitura então? Meu Deus do céu, é um verdadeiro espetáculo à parte! Tem uma funcionária que espera a aposentadoria chegar com mais ansiedade do que criança esperando presente de Natal. Ela se arrasta pelos corredores, dizendo estar doente, mas quando o relógio bate 15h, está mais ágil do que atleta olímpico, correndo para a cozinha como se estivesse participando de uma corrida de revezamento. O passo dela acelera, e a boca balança mais do que betoneira em construção. Os dentes da dentadura chegam a ranger um no outro, como se estivessem ensaiando para uma orquestra de salsa!

E tem também o assessor que pula de galho em galho mais rápido do que macaco em festa de fruta. Já esteve com o Prefeito A, depois pulou para o Prefeito B, virou pro lado do C e, no final das contas, acaba retornando para o colo do primeiro. Esse aí deve ter um arquivo secreto no cérebro, sabe mais podres do que a fossa séptica da cidade! E não contente em apenas observar, vai ter poder lá na esquina. Parece que conhece os segredos mais obscuros de todos os prefeitos que já passaram pela cidade. E quando é nomeado para algum cargo de salário alto, desce a língua em todo mundo, como se estivesse regando as plantinhas do jardim.

Mas não pense que esse espetáculo se limita apenas à coisa pública, não. Tem gente no Poder Judiciário que, se houvesse condenação para fofoca, estaria sentenciado pelo resto das próximas dez vidas! E nas igrejas então, é um verdadeiro festival de mexericos! Falam do padre, do sacristão, das viúvas, das solteironas… A língua é mais afiada que navalha, cortando mais do que faca de açougueiro em dia de grande movimento!

Ah, a doce e misteriosa arte da fofoca, onde até mesmo os mais inofensivos se tornam detentores de segredos obscuros. É um verdadeiro espetáculo digno de um circo! E assim segue a vida na pacata Trolândia, onde a fofoca é a única atração que mantém os cidadãos entretidos. Neste local as fofoquinhas têm sabor de café requentado e risadas escandalosas.

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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo

 

 

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