A importância da Gestão Territorial no Futuro Sustentável de Piracicaba

Andrea Ribeiro Gomes

Ano passado, em Copenhague, o Congresso Mundial de Arquitetos, com o tema Futuros Sustentáveis – Não Deixar Ninguém Para Trás, teve como meta descobrir de que maneira a Arquitetura e o Urbanismo influenciam os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)* da ONU.
Saindo da Dinamarca e aterrisando no Brasil e, em especial, nesta cidade linda que tanto amamos, Piracicaba, hoje temos o cuidado de alinhar nossos planos e projetos municipais a estes objetivos mundiais de sustentabilidade por diretriz de nosso prefeito. E não à toa, temos uma Secretaria Municipal de Gestão Territorial.
Quando estudamos a ciência de Gestão Territorial dentro das cadeiras de Urbanismo na época da faculdade, os exercícios de leitura do território são sempre acompanhados de pesquisas de dados e de campo, uma vez que é impossível compreender a cidade sem entender sua história e seus indicadores, ou sem vivenciar o espaço e conversar com as pessoas.
O espaço físico é “carregado de vida e de particularidades das pessoas que nele vivem”, como já afirmava Mayumi Lima, em 1995.
Mas não é só a percepção e a escuta que importam. Temos metodologias e tecnologias, elementos obtidos, mapas construídos, análises cruzadas e discussões realizadas para uma melhor compreensão das dinâmicas do urbano e do rural, estes lugares onde as facetas econômica-social-ambiental se cruzam e se complementam, formando o diagnóstico real de um município.
Em Piracicaba, o histórico dos exercícios de leitura participativa do território para uma melhor gestão territorial vem estabelecendo uma cultura local consolidada, onde a escuta ativa e democrática de todos os envolvidos acontece nos espaços dos conselhos municipais, do Orçamento Participativo, bem como em outras instâncias multidisciplinares.
E todos estes resultados vêm nos ajudando nas decisões de desenvolvimento planejado da cidade que sonhamos.
Para mostrar alguns dos nossos números, temos que, só no ano passado, a Semuhget confeccionou 237 mapas (DGEO), cadastrou 1.208 famílias para habitação de interesse social (DAPHAB), tirou 1.729 vistos de conclusão (DFISC), construiu 25 maquetes eletrônicas de patrimônios históricos locais (DPH), conseguiu quase R$ 1 milhão de recursos do Fehidro para projeto de drenagem do Piracicamirim (DPLAN), analisou 458 anuências de confrontações (DPROP), atendeu 458 casos de regularização fundiária (DREG), fez 3.517 análises de projetos, 19.833 relatórios VRE, 2.090 análises de projetos de residência, 9.115 pesquisas de informação (DUOS), entre outras tantas atividades que estruturam a Gestão Territorial de Piracicaba.
Para este ano, o desafio será mostrar nossa realidade e discutir nosso futuro, com base nos 17ODSs, na 6ª Conferência Municipal da Cidade, obrigatória para todos os municípios brasileiros realizarem até 30 de junho de 2024, cujo tema é Cidades para Todos: O Desafio da Integração e da Sustentabilidade.
Estamos no aguardo das diretrizes federais e estaduais para divulgação das datas aqui em Piracicaba, mas continuamos no nosso trabalho diário, atendendo as demandas, repensando processos, melhorando instrumentos legais e apoiando as politicas públicas no que diz respeito à gestão de nosso querido território.
Alinhados com as diretrizes mundiais, seguimos acreditando, como estabelecido ano passado em Copenhague, que nosso futuro precisa ser sustentável e que não podemos deixar ninguém para trás.

*Os 17 ODSs foram estabelecidos pela ONU em 2015 e compõem uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas das mais complexas questões que visam guiar a humanidade até 2030 da maneira mais sustentável possível.

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Andrea Ribeiro Gomes, secretária municipal de Habitação e Gestão Territorial

 

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