#FALAPAULOSOARES – A alarmante quantidade de feminicídios em Piracicaba

Piracicaba, uma cidade conhecida por sua rica história e sua vibrante comunidade, está enfrentando uma sombra sinistra que assombra suas ruas: o crescente número de feminicídios. No último final de semana, a vítima, desta vez, foi Camila Toledo, de 29 anos, morta pelo ex-namorado enquanto estava em um estabelecimento comercial. Podemos dizer – infelizmente – que é uma epidemia e que tem deixado um rastro de dor e sofrimento, clamando por ação imediata e mais eficaz por parte das autoridades e da sociedade como um todo. Precisamos dar um basta!

Feminicídio, definido como o assassinato de uma mulher em razão de seu gênero, é um dos crimes mais brutais e intoleráveis que podem ocorrer em uma sociedade que se diz civilizada. Infelizmente, em Piracicaba, esse tipo de crime está se tornando cada vez mais comum, deixando famílias destruídas e comunidades inteiras em luto.

Os números são alarmantes. Para se ter uma ideia, a Delegacia de Defesa Mulher (DDM) divulgou, no início deste ano, que, em 2023, a cidade de Piracicaba triplicou o número de casos desse tipo em relação ao ano de 2022 e teve o maior número de crimes do tipo nos últimos 5 anos. Foram 11 casos. Ou seja, a taxa de feminicídios em Piracicaba aumentou significativamente nos últimos anos, ultrapassando as estatísticas de muitas outras cidades da região. Essa tendência sombria não pode ser ignorada, e é hora de enfrentarmos essa realidade de frente.

Mas o que está por trás desse aumento preocupante? Existem várias causas e fatores que contribuem para a perpetuação desse tipo de violência. O machismo arraigado em nossa sociedade, a falta de educação e conscientização sobre questões de gênero, a impunidade e a falta de recursos adequados para proteger as vítimas são apenas algumas das razões que alimentam essa tragédia.

Além disso, a pandemia da Covid-19 exacerbou ainda mais esse problema. O isolamento social e as restrições de movimento tornaram as mulheres ainda mais vulneráveis à violência doméstica, muitas vezes ficando presas em situações abusivas sem ter para onde fugir.

Diante dessa situação angustiante, é imperativo que medidas urgentes sejam tomadas para combater o feminicídio em Piracicaba. As autoridades locais devem priorizar a implementação de políticas e programas que visem prevenir a violência de gênero, proteger as vítimas e responsabilizar os agressores.

Isso inclui investimentos em educação e conscientização sobre questões de gênero desde cedo, a criação de redes de apoio e abrigo para mulheres em situação de risco, o fortalecimento das leis de proteção às vítimas e o aumento da punição para os culpados. Além disso, é fundamental que a sociedade como um todo se una em solidariedade às mulheres, rejeitando e denunciando qualquer forma de violência e discriminação de gênero.

É hora de Piracicaba se levantar contra essa epidemia de feminicídios. Não podemos mais permitir que nossas mães, irmãs, filhas e amigas se tornem estatísticas nessa guerra contra as mulheres. É hora de agir, antes que seja tarde demais.

 

Paulo Soares é presidente do Caphiv (Centro de Apoio ao HIV, Aids, Sífilis e Hepatites Virais).

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