Saúde mental

Gregório José

 

Saúde mental é um termo que ecoa cada vez mais na atualidade, substituindo expressões como “depressão” e “síndrome do pânico”. Nesse contexto, é essencial compreender as nuances históricas e a evolução das percepções em torno das condições mentais. Como afirmado anteriormente, palavras como “doença”, “loucura”, “melancolia”, “doença da alma”; “espírito no corpo”; “preguiça”; “ociosidade” e “depressão” são construções mutáveis, refletindo as diversas formas de pensar ao longo da história.

Hoje, no entanto, somos instigados a compreender e abordar essas questões sob a alcunha mais inclusiva e compassiva de “saúde mental”. A saúde mental transcende a mera ausência de doenças mentais, abrangendo a capacidade de lidar com as vicissitudes da vida, encontrar satisfação, cultivar relacionamentos e contribuir para a comunidade.

Precisamos compreender e tratar essas questões sob o guarda-chuva amplo e inclusivo da saúde mental. Essa mudança de paradigma reflete não apenas uma evolução no entendimento científico, mas também uma crescente compreensão da importância do bem-estar psicológico.

A história das doenças mentais está impregnada de interpretações místicas e religiosas, associando loucura e melancolia a castigos divinos. Na Grécia antiga, a teoria humoral de Hipócrates começou a substituir as superstições pela biologia, reconhecendo desequilíbrios nos fluidos corporais como causadores de doenças mentais.

Durante a Idade Média, a influência da Igreja Católica consolidou a associação da loucura com possessões demoníacas, afastando mente e corpo. Foi apenas no Iluminismo que surgiram conceitos mais científicos, como a classificação de William Cullen, que empregou pela primeira vez o termo “neurose”.

No século 19, a “depressão” ganhou destaque, e Philippe Pinel contribuiu classificando a melancolia como uma doença com risco de suicídio. O século 20 trouxe a necessidade de padronização e diagnóstico, culminando no DSM-5, lançado em 2013.

Atualmente, vivemos em um mundo onde uma em cada oito pessoas enfrenta doenças mentais, sendo ansiedade e depressão as mais comuns. O estresse e a pressão da vida moderna contribuem significativamente para essas condições, exigindo uma abordagem integral para preservar a saúde mental. A ansiedade, quando equilibrada, é natural e positiva, mas pode se tornar prejudicial quando generalizada, resultando em prejuízos físicos e emocionais. Compreender os sinais de sobrecarga é crucial, e buscar ajuda é um passo corajoso na preservação da saúde mental.

Para manter a saúde mental, é preciso gerenciar o estresse, respeitar limites e reconhecer a importância do equilíbrio entre trabalho e descanso em todos os aspectos da vida. Assim, abraçamos o conceito abrangente de saúde mental, reconhecendo que é uma condição dinâmica ao longo da vida, necessitando de cuidado e atenção constantes.

 

 

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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo

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