A história da Rede Municipal de Educação merece respeito

Barjas Negri *

O secretário municipal de Educação, Bruno Roza, “assinou” o artigo “Educação de Piracicaba, estandarte do futuro”, numa visão, no mínimo, equivocada contra ações de gestões anteriores, desrespeitando ex-prefeitos, ex-secretários, diretoras, supervisoras, coordenadoras, professoras e demais profissionais da Rede Municipal de Educação. Destaque: desrespeitou o atual vice-prefeito, ex-prefeito (2013/2016) e ex-secretário municipal de Educação em duas gestões diferentes.
Por desconhecer a cidade e também a dimensão da Secretaria Municipal de Educação, agiu como um forasteiro, porque chegou à cidade em fevereiro de 2022, vindo da vizinha Araras, demonstrou desconhecer a pasta e, também, desconsiderou toda a história e todo o avanço da Rede Municipal de Educação, que se consolidou quantitativamente e qualificativamente por décadas. É uma pena para um educador!
No que diz respeito às nossas gestões é verdade que não atendemos interesses de vendedores e não compramos uniformes para os alunos. Investimos na expansão e na qualidade da rede. Eis alguns dados do período 2005/2020:
1-) foram implantadas 52 novas escolas de Educação Infantil (creches), que criaram 13.459 novas vagas para crianças de 0 a 5 anos, permitindo que milhares de mães pudessem trabalhar e ajudar no sustento das famílias;
2-) no Ensino Fundamental foram implantadas 30 novas escolas, gerando 6.287 novas vagas para alunos de 6 a 10 anos;
3-) foram contratadas 2.318 professoras; aumento salarial com a mudança da referência e, ainda, aumento real;
4-) ocorreu nesse período (16 anos) significativa melhoria da qualidade de ensino, atestado pela avaliação do IDEB e
5-) a Educação municipal de Piracicaba foi por vários anos consecutivos 1º lugar na Educação do Brasil, medida pelo Índice da Macroplan, que incluiu os 100 maiores municípios do País.
Compartilho esses bons índices e divido o sucesso com todas as professoras, supervisoras, coordenadoras e diretoras, como também com os ex-secretários municipais de Educação e outros profissionais que estão no dia a dia escolar. Já se disse muito isso e até parece repetitivo: “contra fatos não há argumentos”.
Para desmentir a infeliz frase do secretário Bruno Roza de que “havia escolas que por quase 30 anos não viam uma mão de tinta”, vale dizer que, desde 2004, foram ampliadas 37 escolas, reformadas 96 e reconstruídas mais 4, de um total de 125 unidades. Tudo de forma planejada com proteção aos alunos durante as obras de verdade.
Sob sua gestão, a secretaria municipal licitou e contratou R$ 43 milhões para “reformar” as 125 escolas municipais. Ao que parece as escolas estão sendo “pintadas” ou “maquiadas”, mas esperamos que tenham resolvido a demanda de adaptações para acessibilidade. Afinal é muito recurso para reformas, processo que foi aditado em 50% totalizando R$ 63 milhões, numa média de gasto de R$ 516 mil por escola. Se não foram resolvidos os problemas demandados pelas diretoras, essa mão de tinta poderá ter saído muito cara.
Sobre a expansão da Rede Municipal de Educação é surpreendente a sinceridade do secretário ao reconhecer a incompetência e inoperância da atual gestão municipal, que não construiu uma única escola em três anos e não gerou uma única vaga nesse mesmo período, principalmente na Educação Infantil.
Apenas estão em processo de licitação as escolas do Nova Iguaçu (mais adiantado), Santana e Artemis, aproveitando o ano eleitoral e quiçá fiquem prontas neste ano para início das atividades no ano que vem,  infelizmente para pais, mães e alunos, pela inoperância deste governo. Pior exemplo dessa administração é a obra da escola infantil do Tatuapé, para crianças de 0 a 3 anos, que atenderia cerca de 150 crianças. A obra está paralisada há mais de dois anos e a Prefeitura, principalmente e Secretaria Municipal de Educação, não foi capaz ainda de concl uir as suas obras.
Para não estender muito mais vamos citar o poder destrutivo da Secretaria Municipal de Educação em apenas três anos:
1-) fechou o Observatório Astronômico Municipal “Elias Salum”;
2-) fechou o cursinho pré-vestibular gratuito, que atendia anualmente muitos de alunos oriundos da rede estadual;
3-) tirou a merenda de 30 mil alunos da rede estadual, rompendo uma parceria de décadas;
4-) desestruturou os Centros de Educação Digital e
5-) conseguiu iniciar este ano letivo sem livros didáticos, recorrendo a xerox para poder atender seus alunos em prejuízo ao aprendizado.
Ainda bem que essa gestão está acabando, reduzindo o tempo para novas destruições na educação. Esperamos! Os pais, mães, alunos e alunas e todos os servidores da Rede Municipal de Educação merecem respeito”

* Barjas Negri, prefeito de Piracicaba por três gestões

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