O Sexo Nos Relacionamentos (IV)

Houve um tempo em que o sexo era exclusivamente para a procriação e preservação da espécie. Com tantas mudanças sociais isso mudou, mas surge um forte apelo ao sexo nas relações, sua consequente banalização tendo um aumento na promiscuidade. Apesar de as novas formas de relacionamento favorecer esse fenômeno, muitos já descobriram que a ausência de compromisso e cumplicidade podem ter desfechos indesejados. Relacionamentos baseados na ideologia do ‘eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também’ já não dão tanto ibope como antes. A cultura que o inventou agora o desinventa. A sociedade é como um carro em movimento que não pode parar para trocar as rodas.

Não há um perfil possível a ser delineado no que diz respeito aos pacientes que se queixam de problemas de natureza sexual. O universo sexual engloba tantas facetas da vida humana que qualquer tentativa em traçar esse perfil seria no mínimo um reducionismo. Quando se tem como ferramenta a Psicanálise isso se torna ainda mais difícil. O enfoque dado pelas teorias psicanalíticas não se pauta em diagnósticos como faz a Medicina. Sabemos de estruturas de personalidades e sabemos que elas se apresentam em nós em graus diferentes, numa direção ou noutra. A complexidade da Psicanálise é um reflexo da complexidade de nossa constituição como seres humanos.

A elevação da concentração de gás carbônico na atmosfera gera uma tendência de aumento das temperaturas médias do planeta, fazendo prever novo aquecimento global. O gás carbônico permite a entrada dos raios do sol, mas impede a dissipação do calor da atmosfera terrestre. Namoro um dependente químico há cinco anos. Aos 40 anos ainda não se assumiu adulto. Nas três separações voltei com esperanças e amor. Sou co-dependente e me trato quanto a isso. Na última separação tive depressão grave com prejuízos financeiros e profissionais. Ele agora quis ser internado, mas não vejo uma implicação real dele. Dói mais uma separação seguida de promessas e juras de amor, mas que amor é esse?Rose, 31.

 Sabe-se que o dependente químico não é responsável para com a vida. Apesar de ter ciência e cuidar de sua co-dependência vive um amor permeado pela dependência dele. É bom ressaltar que seu namorado pode de fato lhe amar, mas não consegue abandonar a droga. O dependente é prisioneiro de suas emoções. Para que a droga se instale é necessário um terreno fértil, onde os afetos sejam dominados pelo vício.

É possível que ele tenha propósitos verdadeiros de mudança, mas de força inferior à adicção impedindo-o de se livrar da droga. Mais do que isso, seu namorado vive de forma a sempre buscar meios para satisfazer sua necessidade química, motivo de muito mal-estar na relação.

Infelizmente o histórico de um dependente é um histórico de perdas. Perde dinheiro, saúde, tempo, vida social e até mesmo família ou namorada. Enquanto ele não chegar ao fundo do poço não mudará seus hábitos, e mesmo sem perceber você pode estar dificultando-o chegar nesse ponto.

 

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