A humanidade de Jesus

Antonio Oswaldo Storel

 

Lendo o artigo de Helio Amorim intitulado “Jesus Verdadeiro Homem”,  no Informativo do Movimento Familiar Cristão – MFC, organização católica da qual o casal carioca Helio e Selma Amorim (ela falecida recentemente) foram fundadores no Brasil e coordenadores a nível nacional por mais de 50 anos, tendo também exercido a coordenação sul americana e da qual eu e minha esposa Mary participamos por longos anos, no início de nossa vida de casados, me entusiasmei pelo excelente conteúdo e não poderia me furtar a partilhá-lo com os leitores aos quais peço licença para transcrever alguns trechos.

Hélio Começa assim: “O primeiro passo para compreender e aceitar Jesus como modelo  para homens e mulheres de todos os tempos, é compreender e aceitar a sua humanidade verdadeira. Jesus esteve plenamente sujeito às nossas mesmas limitações humanas, tornando-se igual a nós, em tudo menos no pecado. Essa diferença única quer significar que Jesus nunca se colocou contra o projeto de Deus, como o fazemos com infeliz freqüência.

Jesus nasceu carente e indefeso, precisando dos cuidados diligentes de seus pais para sobreviver, aprender a andar, a se alimentar, a ler e escrever, como qualquer ser humano. Assim foi desenvolvendo sua personalidade, sob os mesmos impulsos que nos animam. Sua natureza divina se manteve oculta, e em nada interferia em sua natureza humana, como é afirmado, oficialmente no Concílio de Calcedônia que se preocupou em deixar isto muito claro para eliminar dúvidas de muitos cristãos.

Não se pode, por exemplo, aceitar que Jesus já nasce predestinado a morrer tão jovem e daquela maneira. Ele próprio não esperava por isso. Só no último ano de sua vida pública começou a ter consciência dos perigos que corria por sua pregação e seus atos. É a partir dessa percepção que ele se torna mais cauteloso, falando por parábolas para que ficasse mais difícil usarem contra ele as denúncias contundentes que fazia em público. As críticas mais severas de Jesus dirigem-se para os fariseus e os sacerdotes que detêm o poder religioso. São ‘sepulcros caiados’, cumpridores das leis, mas distantes das práticas que humanizam.

Era de se esperar que sua fidelidade à missão de anunciar o Reino, naquele contexto histórico marcado pela injustiça e a opressão política e religiosa, resultasse em perseguição e morte. Mas esse desfecho cruel não era condição para avalizar a sua mensagem. Fomos libertados, não pela morte, mas pela vida de Jesus. Não pelo sacrifício da cruz, mas pela vitória de Jesus sobre a morte, estendida a todos os homens e mulheres de todos os tempos. Mas o sentido da cruz é riquíssimo para os cristãos. É a medida da fidelidade esperada de cada cristão no seguimento de Jesus, sem medo de conseqüências, sem fugas, na adesão sem limites ao projeto humanizador de Deus, implacável contra toda forma de injustiça e opressão.

Jesus foi um homem comum, carpinteiro em Nazaré até a vida adulta. Na sua vida pública fez amigos e amigas, convivia com o povo e tinha uma personalidade cativante. Num determinado momento se integra ao grupo de João Batista. A adesão à proposta e à pregação de João é formalizada no batismo. Pouco tempo depois, passa a pregar Ele mesmo, a anunciar o Reino, assumindo sua missão. Sua pregação é arrebatadora e muitos o seguem. As exigências da missão que assume não impedem que visite amigos, vá a festas e viva o seu cotidiano normal, animado pelo impulso de socialização, como qualquer pessoa comum.

Jesus desenvolve todas as suas potencialidades humanas, vive a sua vocação e age segundo o seu carisma, anunciando o Reino de Deus. O Reino se faz presente na história humana, sempre que acontece a humanização, ou seja, quando se concretizam relações humanas e estruturas sociais fundadas nos princípios da justiça e do amor.

O Impulso da autotranscendência, fortemente presente em cada um de nós, em Jesus, se expressa por uma intimidade inigualável com Deus Pai, com quem dialoga com freqüência no seu dia a dia e quando se retira para orar. Vemos que Jesus costuma ir ao templo para ensinar mas se retira para o campo ou montanha para rezar. Esta prática é muito sugestiva para seus seguidores.”

Infelizmente não consigo colocar neste artigo tudo o que li, porem, preciso dizer-lhes que me senti embevecido com a leitura, pois parece que conseguimos caminhar junto com Jesus enquanto lemos. Jesus Verdadeiro Homem, Aquele a quem devemos seguir!

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Antonio Oswaldo Storel, membro do IHGP; ex-vereador (1997/2008); presidiu a Câmara Municipal de Piracicaba (2001/2002)

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