Tatuagens e talentos deixam marcas na carreira

Gregório José

No universo corporativo, o uso de tatuagens se tornou um campo de discussão que reflete a tensão entre a expressão pessoal e os estigmas sociais. Enquanto em algumas empresas elas são aceitas como parte da diversidade e autenticidade do profissional, em determinados segmentos persiste um preconceito arraigado. A quebra de barreiras no Dress Code não é uniforme. Em algumas organizações, vestimentas mais informais são celebradas como expressões de autenticidade e flexibilidade, enquanto em setores tradicionais, a resistência persiste.

Antigamente eram consideradas transgressoras e mal vistas no mundo dos negócios. Contudo, nos dias atuais, a percepção vem mudando gradualmente. A legislação ampara. Algumas formam não permitem preconceitos ou pré-conceitos, e decisões judiciais têm reforçado a ilegitimidade de demissões baseadas exclusivamente nesse critério.

Apesar do respaldo legal ainda existem setores e empresas que mantêm visões conservadoras em relação às tatuagens. Em campos mais tradicionais, como finanças e advocacia, a presença de tatuagens ainda é, por vezes, encarada com desconfiança.

O preconceito, muitas vezes, se manifesta através de estereótipos e julgamentos precipitados. A ideia equivocada de que elas são sinônimo de rebeldia persiste, impedindo que profissionais talentosos sejam plenamente reconhecidos pelo seu potencial, independentemente da arte que carregam na pele.

É crucial desafiar esses preconceitos e promover um ambiente de trabalho mais inclusivo, onde a expressão individual, inclusive por meio de tatuagens e piercings, seja respeitada. As empresas modernas e inovadoras têm a oportunidade de liderar quebrar este paradigma, reconhecendo que a competência vai além da aparência e que a diversidade, seja ela visual ou de pensamento, é um ativo valioso para o sucesso organizacional. Observa-se a tendência em algumas empresas de adotar uma postura mais liberal, reconhecendo que a competência e realizações profissionais superam a aparência. O desafio é superar tradições enraizadas e promover um ambiente saudável. A verdadeira medida de profissionalismo vai além da pele.

Os empresários e coordenadores, chefes devem entender a riqueza das experiências e habilidades individuais. Em uma sociedade em constante evolução, empresas modernas têm a oportunidade de seguir o exemplo do Supremo Tribunal Federal, que optou por não se burocratizar na hora de contratar, reconhecendo que a competência e a contribuição profissional vão além dos dogmas. No cerne desse debate está a busca por um equilíbrio delicado. O Dress Code, além de moldar a impressão externa, desempenha um papel crucial na construção da cultura organizacional.

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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo

 

 

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