Cidades Inteligentes… e conhecimento urbano!!!

Rui Cassavia Filho

‘‘Inteligência’ não significa simplesmente instalar interfaces digitais em infraestruturas tradicionais ou agilizar as operações da cidade. Ela também significa utilizar tecnologia e dados com propósitos claros para tomar decisões mais acertadas e melhorar a qualidade de vida de todos.’’

Previa em 2016 os Conselhos Gestores nas 10 (dez) Centralidades Urbanas, denominadas Macrorregiões, cuidadosamente estudadas e caracterizadas no  território desta “terrinha”, permitindo, na sua época, a aproximação entre as técnicas de Planejamento da Administração Pública e as necessidades da comunidade, através da Lei Complementar 345/2016 que se introduziu na Lei Complementar 186/06 – Plano Diretor de Desenvolvimento de Piracicaba – os conceitos da Gestão Democrática trazida pelo Estatuto das Cidades.

Deste modo, atualizou-se o Plano Diretor de Desenvolvimento, não descaracterizando suas diretrizes e paradigmas, iniciando-se aqui um modelo próprio para diagnosticar e preparar o desenvolvimento socioeconômico sustentável.

Esta prática de “compartilhamento e colaboração mútua” é identificada em uma modelação de planejamento urbano trazido por conceitos atuais como :“Além de melhorar na eficiência dos serviços, as cidades também podem ser responsáveis por promover um ambiente de comunidade, com pessoas compartilhando experiências e serviços. Aliás, o projeto de planejar as cidades para serem mais sociais entra em um novo conceito de organização econômica: a economia colaborativa.

O território urbano não se faz apenas observando-se as regras técnicas convencionais do uso e ocupação do solo, mas observando-se, com rigor, o movimento desta sociedade dado pelo movimento econômico.

A medida econômica da escassez que é dada pela falta do produto ou bem, é além disso hoje, é dada pela capacidade de suprir essa necessidade acrescida da qualidade da vida.

“A economia colaborativa, da forma como estamos experimentando agora, surge a partir da conscientização do consumo, da ideia de que não se deve buscar o lucro a todo custo sem preocupar-se com o impacto social que esse comportamento causa.”

Acrescenta-se aqui. não só o agregado do lucro no resultado financeiro; agrega-se aqui a humanização deste consumo através do conhecimento acumulado pela sabedoria desta mesma sociedade.

Não basta apenas o discurso de “geração e renda” produzindo empreendedores descapitalizados e desorientados; é preciso produzir empreendedores que buscam soluções “criativas e inteligentes” capazes de produzir bens que satisfaçam a sociedade e não só o indivíduo.

A energia deve ser aquela que permite a luz. a mobilidade, o menor tempo possível de sua realização creditando soluções “limpas” de resultados, mas que não asfixie o planeta, provocando “efeitos múltiplos” de uma doença global e terminal.

“Com a emergência das questões ambientais e sociais, empresas e consumidores passaram a se atentar para a produção e o consumo sustentável. Desde a diminuição dos resíduos ambientais, dos combustíveis poluentes, o destino das embalagens, redução do consumo de água… E a sociedade vem, aos poucos, reformulando e refletindo sua maneira de consumir.

Dessa maneira, a denominada economia colaborativa surge como um modelo alternativo de consumo onde a partilha de recursos humanos e físicos (crowdsourcing), incluindo a criação, produção, distribuição de bens e serviços, deve substituir o acúmulo, permitindo que as pessoas mantenham o estilo de vida, sem precisar adquirir mais de forma desenfreada.

Os benefícios financeiros que a economia colaborativa proporciona são importantes elementos para sua disseminação, uma vez que há inúmeros exemplos de economia financeira com aplicativos de carona, de carros compartilhados, roupas compartilhadas, e também o sistema de  “Banco de Tempo”. Basicamente, a moeda de troca é o tempo dos usuários, que são trocados por serviços.”

A cumplicidade e compartilhamento que seria adotado nos Conselhos Gestores das diversas Macrorregiões, hoje abortadas no atual Plano Diretos de Planejamento, Lei Complementar 405/19, deveriam propor os debates com a sociedade civil permanentemente na realização de projetos de desenvolvimento socioeconômico sustentável.

Hoje, o debate ocorre unilateralmente, isto é, as Audiências Públicas discutem sempre um projeto pronto e preparado, articulado politicamente, para aprovação da proposta do Projeto de Lei que atende, geralmente, os interessas privados em detrimento do interesse público.

As Audiências Públicas são preparadas para “apreciar o bolo” e não para “preparar o bolo”. Quando se aprecia o bolo ele já vem pronto, e, quando se prepara o bolo sua receita poderá ser modificada para que se atenda aquele que vai consumi-lo.

As Assembleias Territoriais propostas desde 2015 e seus Conselhos Gestores, nas suas respectivas Macrorregiões, propõe a Gestão Democrática estabelecida no Estatuto das Cidades, que podem produzir economia colaborativa e resultar em Cidades Inteligentes.

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Rui Cassavia Filho, Gestor da Propriedade Imobiliária-Urbs

 

 

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