Barjas Negri
Os principais jornais de Piracicaba publicaram release, preparado pelo Centro de Comunicação Social da Prefeitura, para mostrar o início do recapeamento de 200 km de vias públicas, destacando a pérola “a cidade tem 1.800 km de malha asfáltica e cerca de 85% deste pavimento encontra-se com a vida útil vencida, porque nos últimos 18 anos não ocorreram serviços de recapeamento asfáltico”.
Por informações equivocadas como essa, dá para entender melhor porque se acumulam problemas de responsabilidade do prefeito Luciano Almeida nas áreas da saúde, educação, infraestrutura, assistência social, zeladoria entre outras, facilmente comprovados por qualquer pesquisa nas redes sociais ou de opinião pública.
O que o prefeito quer dizer ou insinua é que “a partir de 2005, quando iniciamos nossa gestão nada ou pouco se fazia para recuperar e recapear a pavimentação das vias públicas”. Luciano desrespeita até a gestão do prefeito Gabriel Ferrato dos Santos (2013/2016) que hoje é o seu vice. Vamos aos fatos.
Os problemas de Piracicaba em janeiro de 2005 eram de falta de pavimentação em vias públicas, onde a população de forma organizada pressionava o poder Público, com razão, para o asfaltamento de ruas de bairros inteiros, resolvendo a questão do pó e da lama. Apenas para resumir vale mencionar que entre 2005 e 2012 foram pavimentados 36 bairros inteiros, 19 favelas e pequenos trechos, totalizando 386 trechos de ruas e avenidas, numa extensão de 59 km, onde moram 45 mil pessoas, ou seja, 13% da população da cidade naquela época.
Relembre alguns bairros inteiros que foram asfaltados: Mario Dedini, Santo Antônio, Javari, Nova Paulista, Taiguara, Jardim Maria, Gilda, Santa Fé, Sant’ Ana, Algodoal, Residencial Santin, Minas Nova e Cantagalo. Para gestor que fica em gabinete ou jogando golfe nos finais de semana, o que é natural, parece até pouco, mas melhorou muito a qualidade de vida dessa população, além da valorização de seus imóveis.
Agora, para desmentir a afirmativa da ausência de recape, basta dizer que, entre 2009 e 2012, foram recapeados 251 trechos ruas, totalizando 166 km de recape. Isso mesmo, 166 km de recape. Talvez, naquela época, o atual gestor — por andar mais de helicóptero do que de carro — não tenha percorrido ruas e avenidas da cidade, principalmente na periferia.
Para não ser injusto com o prefeito Gabriel Ferrato dos Santos, gestão entre 2013/2016, foram recapeados 142 km de vias, serviço priorizado por ter havido grandes investimentos em pavimentação asfáltica até 2012. Importante dizer que tudo isso – pavimentação e recapeamento – foi realizado com maior porte de recursos próprios e parcela pequena de financiamento.
Se a equipe do prefeito Luciano tiver curiosidade de olhar os dados do Censo Demográfico de 2010, ela poderá constatar que 97,9% dos domicílios urbanos de Piracicaba tinham ruas pavimentadas, índice bastante elevado entre todos os municípios paulista com mais de 50 mil habitantes.
Para completar as informações do período de 2016/2020, vale mencionar que, por meio de financiamento, no valor de R$ 20 milhões em 2016, junto à Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, foram pavimentadas praticamente todas as ruas e avenidas do Santa Rita, Lago Azul, Jardim Espéria, Vale do Sol, Glebas Natalinas e Grand Park, fato a ser demonstrado no Censo Demográfico de 2022, constatando o aumento do percentual de domicílios com ruas pavimentadas na cidade.
Por fim, vale lembrar que os investimentos em recapeamento, quase 200 km em vias públicas da cidade, são importantes devido ao fato de muitos bairros terem suas ruas e avenidas pavimentadas há décadas. Pena que tenha sido viabilizado apenas perto das eleições municipais de 2024, destacando que foi fruto de financiamento público de R$ 200 milhões, que será pago pelas próximas administrações municipais.
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Barjas Negri foi prefeito de Piracicaba em três mandatos