Inauguração: do que mesmo miúdo?

José Osmir Bertazzoni

 

Em um discurso “emocionante”, o prefeito Luciano Almeida inaugurou o “Shopping Popular” de Piracicaba, que já existe há pelo menos 30 anos. Fomos verificar se de fato algo fora feito no sentido de melhorar o local – ao lado do Terminal Central –, e nos deparamos com uma situação nada nababesca; a Prefeitura simplesmente pintou a estrutura metalizada e a fiação elétrica em branco e azul, uma maquiagem cenográfica patética.

Em seu discurso, o prefeito reconhece: “…eu acho que está faltando alguma coisa aqui para todos nós, que é público. Nós vamos dar um jeito de trazer isso aqui para dentro”, disse o prefeito em tom de promessa eleitoral.

O local, que existe há mais de trinta anos, sempre foi abandonado pelas administrações públicas, inclusive pela atual, que, durante três anos, nada fez para revitalizar adequadamente e com segurança o local. Em sua fala, o prefeito também diz: “Por fim, é um desafio que é esse telhado, todos nós sabemos (enfatiza ter conhecimento) da sauna que é isso aqui, uma coisa que ainda é muito complexa, muito cara, mas temos o compromisso aqui de que, ainda este ano, vamos trazer uma solução”, disse Luciano com mais promessas eleiçoeiras.

Vejamos então, este ano é um ano eleitoral e o prefeito, maquiando o local com um investimento de aproximadamente R$ 70.000,00 (setenta mil reais), pintou até os fios desencapados e as fitas isolantes com látex branco, camuflando o risco à segurança que aquele local representa para os permissionários, funcionários e para a população transeunte.

Perguntamos à uma senhora que se identificou como presidente da associação dos permissionários se havia laudo do Corpo de Bombeiros (AVCB) que atestasse a segurança para o funcionamento do local. Ela disse que não, porém que tudo estava em ordem, fato que nos chamou a atenção.

Em uma simples olhada, sem caráter de vistoria, pela nossa experiência, imediatamente percebemos que o local oferece muitos riscos aos permissionários. Logo, entendemos que, inauguração de um espaço já existente mostra a dinâmica da atual administração: não fazer nada!

Por outra via, tivemos a notícia de um acidente grave com uma empresa terceirizada que provocou vítima, e o trabalhador (operador de máquinas) teve queimaduras em mais de 20% do corpo por pura desinformação em uma obra de recape em frente ao Condomínio Damha, na estrada do Bongue. Compete à Prefeitura e ao SEMAE manter em seus arquivos os projetos do sistema de água, esgoto, gás encanado urbano ou outras linhas subterrâneas para garantir, durante a manutenção, a não ocorrência de acidentes.

Porém, o órgão que era responsável por esses arquivos e planejamentos urbano era o Ipplap – Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba, que foi extinto pelo atual governo. Essas são as grandes obras do atual governo municipal: destruir a estrutura administrativa da cidade e promover o caos.

Estamos vivendo um amadorismo administrativo e político sem precedentes nestas terras noivacolinenses, um vexame de administração municipal desesperada em retomar terrenos perdidos por três anos de inércia, buscando, às vésperas da eleição, realizar uma maquiagem na cidade visando benefício eleitoral, visto que a gestão de Luciano é abominada por 80% dos eleitores que dizem não votar em sua continuidade à frente da gestão pública.

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José Osmir Bertazzoni, advogado e jornalista

 

 

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