Muito não sabemos, mas à Ciência é o nosso destino

 

 

Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho

 

Ciência está em todo lugar, e vem explicando o mundo, aprendendo a cada dia, mas há mistérios que Ela ainda briga para entender.

Existe um grupo que critica a Ciência por não ter resposta para tudo, o que é injusto, mas também há os que achem que a Ciência tem todas as respostas, o que é errado. Há muito o que a Ciência não sabe responder, mas a beleza é que a cada dia descobrimos novas respostas.

Alguns milhares de anos atrás, quando começamos a plantar ao invés de coletar, chuvas, estações do ano eram um mistério. Gente inteligente começou a observar as constelações, a associar a passagem do tempo com a estações do ano, e com base nas estrelas, era possível prever quando a época das chuvas chegaria.

Com matemática e geometria Kepler deduziu Leis de movimento planetário que seriam fundamentais para Newton formular sua Teoria Gravitacional. Com o trabalho de Newton e Galileu, pousamos na Lua.

Para a Ciência, o Universo é um imenso quadro com perguntas, nós aprendemos, mistérios se tornam respostas, e algumas vezes novas perguntas surgem, enquanto continuamos acumulando conhecimento. Mesmo assim, há várias lacunas fundamentais que ainda não conseguimos preencher.

Não que a Ciência esteja jogando a toalha. Convenhamos, nossa espécie tem 200 mil anos, os primeiros 190 mil passamos basicamente comendo terra, o chamado Método Científico tem uns 200 anos. É admirável que em 5 mil anos de civilização passamos de adoradores de gatos que empilhavam pedras para adoradores de gatos que viajam para outros mundos.

Isso tudo é para dizer que mesmo com todo nosso conhecimento, há vários problemas ainda sem resolução.

Uma das mais belas definições que já vi é que o Homem é um milagre químico que pensa, mas somos mais que isso. Toda criatura na Terra é a versão mais recente de uma molécula de DNA, cuja diretriz básica é se reproduzir, e que vem fazendo isso com sucesso nos últimos 4.2 bilhões de anos.

O que chamamos de consciência, a percepção que nos diferencia de animais como répteis, moluscos e comentaristas de portal pode ser um efeito colateral, não desejado mas neutro para a Evolução.

A Ciência simplesmente não tem ideia de como a Consciência surgiu, em quais níveis ela existe em diferentes animais, e mesmo se ela é inevitável. Há quem diga que com uma quantidade suficiente de neurônios em um cérebro, a complexidade das conexões gerará automaticamente um cérebro consciente.

Outras correntes da Ciência tratam a Consciência como um problema não computável, dependendo da qualidade das conexões, não da quantidade.

T.H. Huxley defendia que animais eram “autômatos”, diferenciados dos humanos, com comportamos simples e pré-programados, o que parece fazer sentido com a teoria de que é preciso uma massa crítica de neurônios para que se desenvolva comportamento individual.

Exceto que estudos demonstraram que mesmo formigas, que não são renomadas por seus telencéfalos altamente desenvolvidos ou polegares opositores, apresentam comportamentos individualizados. Uma formiga não irá agir da exata mesma forma em uma situação, comparada com outra formiga.

Nosso cérebro ainda é uma grande caixa-preta, muitos o descrevem como a máquina mais complexa do Universo, mas quanto a seu funcionamento, não estamos muito melhores do que Aristóteles, que acreditava que o cérebro servia para resfriar o sangue, e a Consciência era abrigada no coração.

Ciência é uma palavra latina que significa conhecimento e o conhecimento é o nosso destino (Carl Sagan).   Bom dia a todos.

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Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho, médico

 

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