
Para o gestor Wagner Marrano, só permanece por tanto tempo na mesma empresa quem realmente ama o que faz e se doa
A funcionária Cleusa Aparecida Fischer Alves, de 64 anos, tinha 27 anos quando começou a trabalhar na Santa Casa de Piracicaba. 37 anos depois, aposentada e com a vida mais tranquila, ela decidiu parar de trabalhar para se dedicar um pouco mais à família.
A decisão deixou os amigos e colegas de trabalho surpresos, felizes e um pouco ansiosos com a saída da funcionária, que hoje atua como coordenadora do Setor de Faturamento. “Vai ser difícil ficar sem a Cleusa aqui”, disse com a voz embargada a funcionária Vanessa de Cássia Vitti Esgrinheri, coordenadora das secretárias.
Ao lado da coordenadora administrativa Jacqueline Tedesco, ela ajudou a organizar a confraternização que reuniu funcionários, gestores e lideranças na manhã de segunda-feira, 15, para homenagear a funcionária em seus últimos dias de atuação no Hospital. “A Cleusa é aquele tipo de profissional que encanta e impressiona pela atuação comprometida e pela energia contagiante no dia a dia, fazendo com que os desafios sejam sempre encarados com amor e resiliência; e isso faz toda diferença”, disse Jacqueline Tedesco, coordenadora de Cleusa no Hospital.
Depois de receber inúmeros abraços e ser recepcionada com bolo, refrigerantes e uma joia comprada pelos amigos, Cleusa não segurou a emoção e, às lágrimas, revelou parte de sua história na Santa Casa, onde ela pretendia trabalhar como copeira. “Essa era minha perspectiva, porque sempre gostei de servir”, disse.
Após a entrevista de trabalho, entretanto, Cleusa foi convidada a trabalhar no Setor de Raio X, função que nem chegou a assumir, pois logo em seguida foi rapidamente encaminhada para o Setor de Faturamento, onde começou atuando como auxiliar administrativa, assistente administrativa 3 e, a partir de 2016, como coordenadora de uma equipe que, hoje, reúne 18 funcionários responsáveis pelo faturamento das contas hospitalares de todos os pacientes atendidos no Hospital.
“As funcionárias do setor são divididas em equipes, pois a tarefa exige muito foco, concentração e dedicação para que possamos cumprir a meta mensal de fecharmos os mais de 30 mil faturamentos junto a convênios e, sobretudo, junto ao SUS-Sistema Único de Saúde; pois se houver uma única dúvida, a conta é glosada e o Hospital deixa de receber pelo serviço prestado”, explicou Cleusa, salientando a extrema importância e responsabilidade desta atividade, que passa por rígidas auditorias.
Para ela, receber a homenagem dos amigos e colegas depois de todos esses aos de trabalho foi emocionante. “Chorei muito e vou sentir saudade, mas entendo que isso é um processo para a conclusão de um ciclo. Aqui aprendi e ensinei muito, não apenas com relação à parte técnico-profissional, mas também do ponto de vista pessoal”, disse Cleusa. Segundo ela, tudo só vale a pena quando nossa experiência de vida é compartilhada.
Ela lembra que tudo passa e garante que fez muitos amigos e que leva inúmeras histórias da experiência de vida que teve na Santa Casa, Instituição à qual Cleusa agradece por tudo o que conquistou. “Devo muito à Santa Casa”, disse.
Viúva de Jair Nery Alves, mãe da Melody (40) e do Johnny (38), Cleusa tem um neto, o Nícolas, de quatro anos, e a certeza de que cada gesto, cada esforço e cada desafio valeram à pena. “Concluo essa fase da minha vida com a esperança de deixar como legado para todos os que ficam o esforço de se fazer o melhor por este hospital, que eu tenho como a casa de Deus e que merece prosperar pela grandiosidade do serviço que oferta à população de Piracicaba e região, sobretudo a mais carente”, disse.
O superintende do plano Santa Casa Saúde Piracicaba também exaltou a atuação de Cleusa, lembrando que ela é sua equipe também são responsáveis pelo faturamento das contas do Plano. “O resultado sempre foi impecável para o faturamento das contas do Plano”, disse Ruy, enaltecendo também a liderança de Cleusa junto a sua equipe.
A administradora hospitalar Vanda Petean e o gestor de Cleusa na Instituição, Wagner Marrano, também fizeram questão de levar seu abraço à homenageada. Eles parabenizaram Cleusa pelas décadas de profissionalismo e liderança, lembrando que sua permanência no Hospital por todos esses anos foi fruto de seu empenho, dedicação e sobretudo do amor com que atua na Instituição.
“Some-se a isso o respeito que Cleusa sempre cultivou no trato com as demais equipes e colegas de trabalho e temos, então, um digno exemplo para os outros funcionários”, disse Vanda Petean. O gestor Wagner Marrano complementou: “Só permanece por tanto tempo na mesma empresa quem realmente ama o que faz e se doa a esse fazer”, disse o gestor ao agradecer e parabenizar a homenageada.