#FALAPAULOSOARES: Doença do século, sedentarismo é uma bomba contra a saúde 

Estamos basicamente ainda na metade do mês de janeiro, ainda no começo de mais um Ano Novo. Como é cultural no nosso País, ainda vivemos aquela sensação de ‘recomeço’, de uma nova oportunidade para buscar hábitos saudáveis, comer melhor e se exercitar. É o mesmo em que as resoluções de final de ano ainda estão no prazo de ser postas em prática.

Tenho certeza – e eu garanto a você, eu também sou assim – você pode ter se olhado no espelho, em algum momento, e pensado, “nossa, preciso cuidar mais da minha saúde”. Independente do quanto você se cuida, se pouco, ou muito para os padrões nacionais, é sempre muito importante, não só para o agora, mas o futuro, pensar na saúde, no que você ingere e como passa o seu tempo livre.

E por que estou dizendo tudo isso?! Primeiro, claro, porque, quando escrevo neste espaço, é como um divã, onde também coloco meus objetivos pessoais em dia, mas também porque eu quero falar com você sobre o perigo do sedentarismo, essa que, para alguns, pode ser considerada a “doença do século” e que é uma verdadeira bomba (-relógio, talvez) para a sua saúde.

De acordo com o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde, o comportamento sedentário envolve atividades realizadas quando se está acordado sentado, reclinado ou deitado e gastando pouca energia. Essas atividades geralmente são realizadas em frente a telas de computador, televisão, celulares e tablets, mas também incluem o tempo sentado para se deslocar de um lugar a outro utilizando carro, ônibus ou metro, e para realizar trabalhos manuais, jogar cartas ou jogos de mesa.

As evidências científicas mostram que longos períodos em comportamentos sedentários estão relacionados a um maior risco de mortalidade, ao surgimento de diabetes, de doenças cardiovasculares e de câncer, independentemente da quantidade de atividade física praticada. A parte preocupante disso é que mesmo para as pessoas que praticam alguma atividade física ao longo do dia, o tempo excessivo em comportamento sedentário oferece riscos para a saúde.

Ou seja, a prática de atividade física não compensa os efeitos do tempo em comportamento sedentário. Portanto, além de incluir mais atividade física na sua rotina, se tornando mais ativo fisicamente, diminuir o tempo gasto em comportamento sedentário é tão importante quanto! Sendo assim, para quem passa muito tempo sentado ou deitado, é importante reduzir e interromper esse comportamento sempre que possível.

Como atualmente o trabalho, os estudos e até mesmo os momentos de lazer, bem como algumas condições de saúde, levam as pessoas a ficarem cada vez mais sentadas por muitas horas ao longo do dia, o uso de estratégias que ajudam a diminuir e a interromper o comportamento sedentário, de forma simples e eficiente, é uma maneira de amenizar os efeitos prejudiciais desses comportamentos.

Pequenas atitudes podem ajudar a diminuí-lo e a melhorar a qualidade de vida. Vale reduzir o tempo sentado ou deitando assistindo à televisão ou usando o celular, computador, tablet ou videogame. Na prática, a cada uma hora em comportamento sedentário, é recomendado se movimentar por pelo menos 5 minutos. Nesse momento, pode-se aproveitar para mudar de posição e ficar em pé, ir ao banheiro, beber água e alongar o corpo.

O sedentarismo é um vilão para o corpo, ele gera dores musculares, preguiça intensa e constante, além de desenvolver problemas cardíacos e circulares. O que torna o sedentarismo ainda mais perigoso é quando associado a uma má alimentação. A boa alimentação é essencial para uma vida saudável e para quem tem o desejo de sair da vida sedentária, é primordial equilibrar a alimentação com qualquer nova rotina de exercícios e práticas esportivas.

Não existe uma regra formal para uma vida saudável, o importante é a busca por um médico, pois a partir dele que se tem uma orientação sobre em que nível de sedentarismo cada pessoa está e de que forma pode ser melhor construído uma nova postura.

Mas, existem maneiras de se iniciar a busca para sair do sedentarismo apenas com hábitos saudáveis e através de pequenas ações diárias como caminhadas, um horário equilibrado, escolher a escada em vez do elevador ou até mesmo arrumando a casa. O que é importante reforçar é que o sedentarismo é uma doença, e como qualquer outra, precisa ser tratada.

 

Paulo Soares é presidente do Caphiv (Centro de Apoio ao HIV, Aids, Sífilis e Diabetes).

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