Cultura – Há uma mudança nos EUA quanto a inclusão, destaca ator brasileiro

Eduardo Muniz recebe prêmio nos EUA. CRÉDITO: Simone Kliass

 

 Eduardo Muniz atuou no seriado Grey’s Anatomy e foi um dos vencedores no Voice Arts Awards, maior premiação de voz nos EUA

 

O ator brasileiro Eduardo Muniz vem realizando trabalhos marcantes nos Estados Unidos. Ele interpretou Daniel Lima em Grey’s Anatomy, uma das mais importantes séries do mundo, e é responsável pela voz original de Relik em Fortnite, um dos principais games do planeta, além de ter sido, em dezembro, um dos vencedores no Voice Arts Awards, do Sovas, maior premiação de voz nos Estados Unidos.

Para 2024, Eduardo Muniz espera que haja mais oportunidade de trabalho para brasileiros e latinos em geral no mercado de cinema e TV nos EUA. “Está acontecendo uma mudança grande nos Estados Unidos com relação a inclusão, a diversidade. Os atores latinos, brasileiros, aos poucos, devagarinho, estão conseguindo ganhar algum espaço. Então, eu acho que vão ter boas oportunidades de trabalho em 2024”, diz.

Um dos projetos de Muniz para 2024 é a criação de uma série de TV adaptada a partir da peça Comic Potential, de Alan Ayckbourn. O trabalho está sendo desenvolvido juntamente com a norte-americana Kiley Donovan, que já atuou como roteirista e produtora executiva das séries Grey’s Anatomy e Station 19.

Outro objetivo de Muniz, após atuar em produções de sucesso nos EUA e em outros mercados, é fazer um trabalho em seu país de origem. “Vou focar em ir ao Brasil para fazer algum longa-metragem em português para, assim, tentar atuar na língua que é a minha língua materna e eu não tive chance de fazer ainda no cinema. Esse é um desejo para 2024, de voltar para o Brasil, mesmo que seja pontualmente, para fazer um longa-metragem”, planeja.

Voice Arts Awards – Eduardo Muniz, que é carioca, foi, em dezembro, um dos vencedores da última edição do Voice Arts Awards, organizado pelo Sovas (Society of Voice Arts and Sciences), maior premiação de voz nos Estados Unidos, que aconteceu no hotel Beverly Hilton (Beverly Hills/EUA), mesmo local onde acontece o Globo de Ouro, uma das maiores premiações mundiais das indústrias do cinema e TV.

O brasileiro foi premiado na categoria Best Voiceover/Chamada de TV ou Web de destaque em língua portuguesa, com a chamada do Campeonato Brasileirão de 2023, do SporTV. “É o maior prêmio de voz dos Estados Unidos, talvez no mundo. Reúne premiações para podcast, voz em videogame, narração de livro, audiodescrição, locução publicitária, dublagem, tudo isso”, conta.

“Ele foi criado há 10 anos e há alguns anos abriram essas oportunidades de envio de para a seleção de materiais em português. Foi muito emocionante poder subir no palco e agradecer lá na frente todo mundo no mesmo lugar onde é o Globo de Ouro”, orgulha-se.

Para Muniz, que é apaixonado por futebol, há um valor especial por ter recebido um prêmio por um trabalho em uma área que acompanha desde criança, numa premiação que o permitiu conhecer a premiada atriz Viola Davis, que foi homenageada no evento.

“A locução foi onde eu consegui definitivamente ter mais sucesso profissional. Esse prêmio foi uma cereja do bolo. Eu amo futebol e assisto os jogos do Flamengo. Foi muito emocionante representar o Brasil no palco e a Viola Davis subir no palco logo antes de mim para receber uma homenagem. Apesar de eu ser ator de origem, eu amo fazer locução também. Foi uma cerimônia linda”, afirma Muniz.

Greve nos EUA – A greve dos atores de Hollywood (EUA) foi finalizada em novembro após o sindicato da categoria chegar a um acordo com os estúdios de cinema e serviços de streaming do setor. A paralisação foi iniciada em julho, quando os roteiristas já estavam em greve, finalizada em setembro.

“A sensação foi de vitória. Foi uma greve que pesou para os atores e para os roteiristas, que não puderam trabalhar durante o ano”, diz Muniz, que, entre as conquistas enumeradas, aponta as definições quanto ao uso de Inteligência Artificial (IA) em filmes e séries, de forma a garantir que as imagens digitais de atores e atrizes não sejam recriadas sem consenso.

Não existe agora o ato de fazer uma cópia digital dos figurantes, que receberiam um valor muito pequeno, e aí os estúdios teriam a imagem para sempre do figurante para poder ser usada de forma digital. Isso caiu pelo menos para os próximos três anos, já que esses contratos são renegociados a cada três anos”, diz Muniz.

“Então, o consentimento é necessário do ator e eles não podem mais o fazer o uso sem autorização, além de outras vantagens com relação ao uso de AI. Resumidamente, eles frearam o uso da inteligência artificial até a negociação do próximo contrato”, afirma o brasileiro. Além do uso da IA, as negociações envolviam questões relacionadas a melhorias nos salários e outros benefícios.

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