Ricardo Santos
Ao contrário do que se imagina, o presidente Lula e o PT adotam uma perspectiva capitalista embasada no liberalismo moderno, que é uma corrente do liberalismo que busca conciliar a propriedade privada, a liberdade individual com o papel do Estado na promoção do bem-estar coletivo e na garantia de igualdade de oportunidades em diferentes aspectos.
Esse posicionamento se contrapõe ao neoliberalismo, que preconiza um Estado que age minimamente e beneficia apenas uma minoria bilionária, aproximadamente 1% da população. Um Estado que não se preocupa em combater à desigualdade social e nem visa políticas públicas para os mais pobres.
Nesse âmbito, o liberalismo moderno propõe políticas públicas voltadas para a criação de um ambiente onde todos os indivíduos tenham acesso igual a oportunidades, independentemente de origens, condição social e gênero…
Para além disso, é fato que os defensores do liberalismo moderno defendem a implementação de uma rede de segurança social para proteger os cidadãos contra eventuais crises econômicas, bem como a regulação econômica com o objetivo de evitar abusos e a formação de grandes oligopólios.
Como se vê, dois pontos emergem aqui. Lula e o PT defendem o liberalismo moderno, uma abordagem progressista que busca promover a justiça social com democracia. O segundo, eles não são socialistas e nem comunistas na acepção desses termos. Embora Lula afirme que é um socialista refinado.
No entanto, é fato que o liberalismo moderno enfatiza, ainda, a participação do cidadão comum para assegurar que as políticas públicas atendam às necessidades da sociedade como um todo. Isso contrasta com a postura de poderosos do Congresso Nacional e suas bancadas BBB (bala, boi e Bíblia), banqueiros e Paulo Guedes, da gestão Jair Bolsonaro, que são neoliberais e privilegiam o capital acima de tudo.
Ou seja, o Estado neoliberal favorece os empresários em grau máximo. Nesse Estado não há agenda e nem espaço para os mais pobres. Pois bem, embora Bolsonaro não seja um neoliberal, ele serviu satisfatoriamente aos interesses dos neoliberais durante sua Presidência. E não à toa sua administração foi reprovada nas urnas.
Para concluir, o liberalismo moderno se caracteriza pela defesa da liberdade individual em consonância com a instituição de um estado de bem-estar social. Nesse contexto, emerge uma crítica à administração do presidente Lula, que precisa expandir outros programas sociais, além do Bolsa Família, que foram deixados de lado durante as administrações de Bolsonaro e Michel Temer.
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Ricardo Santos, professor licenciado em História e Filosofia