Andanças pela Piracicaba que a propaganda não mostra

Alex Madureira

 

Para além das atividades obrigatórias ao exercício do meu mandato em São Paulo na Alesp – reuniões, estudos, comissões, debates e ações junto ao nosso Governador, recebendo demandas de Piracicaba e das cidades onde fui votado; também recebo outras tantas visitas em meu gabinete aqui em Piracicaba. Moradores, representantes de associações, entidades sociais e lideranças políticas. Piracicabanos que vivem o dia a dia de nossa cidade e sempre tem boas ideias, sugestões e informações relevantes a contribuir conosco, com a sociedade.

Mais do que receber todos e ser um bom ouvinte, tenho me dedicado, nos últimos anos, meses, a conhecer também de perto a realidade de nossa cidade colocando efetivamente o “pé no chão”, ou melhor, muitas vezes no barro, na lama, desviando de buracos, cortando mato, atravessando praças quase abandonadas e encontrando histórias duras como as vividas pelas comunidades e bairros muitas vezes esquecidos pelo poder público. Essa é uma cidade que não aparece na “propaganda”.

E tem sido por estes novos caminhos que conheço as lideranças destas localidades, quase 234 bairros para além das “barrancas do rio Piracicaba”, onde está o trecho mais antigo, tradicional e bem servido por infraestruturas para uma vida adequada aos nossos cidadãos.

Nessa outra Piracicaba, conheci ao lado do vereador Cássio Falapira, um pouco do novo aglomerado que se intitula Santa Terezinha, mas que possui uma dezena de novos bairros e empreendimentos em seu entorno.

A saúde tem sido apontada sempre como a mais urgente e desafiadora a ter novos caminhos e novas soluções por lá e em outros cantos da cidade. Falta de médico, sempre um problema constante.

Mas andei também recentemente pelas comunidades mais pobres e necessitadas da nossa Piracicaba como as favelas Portelinha, Frederico e Renascer, com seus barracos frágeis de madeira, suas ruas de terra, pouca luz nas ruas a noite aumentando a insegurança, distribuição precária de água, falta de coleta de esgoto, que corre em alguns trechos, a céu aberto.

Vida vivida por gente simples, mas igualmente trabalhadora e em busca de novas oportunidades profissionais em nossa cidade, além de abrigo digno.

Temos uma falta de pelo menos 10 mil moradias populares em Piracicaba para abrigarem esta parte da população. E que junto com as casas, venham serviços de educação, saúde, transporte coletivo e o mínimo necessário para uma vida digna, como comércios e prestadores de serviços diversos.

Na Portelinha, na região do bairro Novo Horizonte, por exemplo, por onde andei com José Carlos Magazine, os problemas são visíveis a olho nu. Esgoto transbordando pelas ruas, água que chega dia sim, dia não, necessidade de abertura e consolidação de novos comércios, mato, muito mato, buracos, muitos buracos, águas paradas pelos cantos das vielas, prontas para a proliferação da dengue.

Na Frederico, onde há significativa participação de comunidades evangélicas, mesmo com 1200 metro de redes de águas e esgotos, ainda são insuficientes para atender às quase três mil famílias que existem por lá. E que passaram por um incêndio que comoveu a cidade e levou a localidade para as páginas dos nossos jornais, apresentando à velha e bem cômoda Piracicaba uma parcela da nossa “nova” realidade” ali mesmo a alguns quilômetros do centro, depois do bairro Bosque dos Lenheiros.

Estive também na Renascer, criada em plena pandemia, no ano de 2019, quando muitos piracicabanos perderam seus empregos e 400 famílias foram acolhidas, enfrentam até hoje embates no judiciário por conta da ocupação e vivem igualmente entre suas alegrias pessoais e as dificuldades decorrentes deste embate.

Olhar para “além das barrancas do nosso rio Piracicaba”, mais que desafio, torna-se obrigação inadiável para os gestores públicos da nossa cidade e devem ser prioridade para todos que se propuserem, como eu, a governar Piracicaba a partir de 2025, caso seja a vontade de nosso povo.

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Alex Madureira, deputado estadual (PL), Corregedor da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp)

 

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