Sabesp – Professora Bebel foi a única deputada de Piracicaba a lutar contra a privatização

A deputada estadual Professora Bebel, durante as discussões da propositura, criticou duramente a privatização da Sabesp
Manifestante contrária à privatização foi agredida ao acompanhar a votação na galeria da Assembleia Legislativa
PMs atacaram com cassetetes e muita violência manifestantes que acompanhavam a sessão na Assembleia Legislativa
PMs disparam splay de pimenta em manifestantes, e o deputado piracicabano Helinho Zanatta conversa com colega em plenário. Crédito: Divulgação

Os deputados Alex Madureira (PL) e Helinho Zanatta (PSB), com domicílio eleitoral em Piracicaba e da base do governo, votaram favoráveis à privatização

 

A deputada estadual piracicabana Professora Bebel (PT) foi a única parlamentar com domicílio eleitoral na cidade a lutar contra a privatização da Sabesp, aprovada na noite de quarta (6) pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com 62 votos favoráveis e  um contrário. Os deputados Alex Madureira (PL) e Helinho Zanatta (PSD), ambos com domicílio eleitoral em Piracicaba, votaram favoráveis à privatização.

A oposição ao governador do Estado de São Paulo, como explica a deputada estadual Professora Bebel, que também é segunda presidenta da Apeoesp, decidiu não participar da votação, em protesto à violência praticada pela Polícia Militar contra manifestantes que ocupavam a galeria da Assembleia Legislativa Polícia Militar e protestavam contra a privatização da Sabesp, empresa pública do Estado de São Paulo, responsável pelo abastecimento de água 375  municípios paulistas, entre eles Charqueada e Águas de São Pedro, na região.

A deputada Professora Bebel que, durante todoS os três dias de debates do projeto de lei 1501/2023, fez duras críticas à propositura disse que “o governador Tarcísio de Freitas e sua base aliada na Alesp consumaram um crime contra a população de São Paulo, sobretudo as parcelas mais pobres, que mais necessitam de abastecimento de água e de saneamento básico no Estado de São Paulo. Um dia vergonhoso para a Assembleia Legislativa de São Paulo”.

CALADA DA NOITE — A deputada piracicabana também escreveu nas suas redes sociais: “para consumar esse crime, utilizaram a Polícia Militar para expulsar com violência as pessoas que se encontravam na galeria e poderem, assim, deliberar na calada da noite a privatização da Sabesp, sem testemunhas e sem a presença das bancadas de oposição. Não compactuamos com esses procedimentos. Repito: nossa luta não acabou contra a privatização da Sabesp e contra o aumento de tarifas, a piora dos serviços e o abandono da população à própria sorte, sobretudo nas pequenas cidades, que não será atendida em suas necessidades básicas por empresa que só visa lucro e não a qualidade de vida dos paulistas. É um projeto inconstitucional e, por isso, vamos à justiça e nos mobilizaremos em todos os espaços e com todos os meios ao nosso alcance. Não posso deixar de repudiar ainda a manifestação cínica do governo estadual sobre os acontecimentos, pretendendo inverter as responsabilidades pelas cenas lamentáveis ocorridas na Assembleia Legislativa de São Paulo”.

PAATRIMÔNIO — Ao se posicionar contrária à privatização da Sabesp, a deputada Professora Bebel destacou que a empresa é um patrimônio de São Paulo e lucrativa e que garante o abastecimento de água de qualidade para cerca de 30 milhões paulistanos e paulistanas diariamente e em mais de 300 municípios atingiu 100% do atendimento de água e tratamento de esgoto. “Para agradar seus parceiros do mercado financeiro, Tarcísio de Freitas vai na contramão de uma tendência mundial. Cidades como Atlanta e Indianápolis (EUA), Berlim (Alemanha), Buenos Aires (Argentina), Budapeste (Hungria), Joanesburgo (África do Sul), La Paz (Bolívia), e Paris (França), que após amargar com tarifas abusivas e péssimo serviço, estão reestatizando o saneamento”, falou da tribuna da Alesp.

LUCRATIVA — Bebel também destacou que a Sabesp é uma empresa lucrativa. “Em 2022, a Sabesp apresentou uma receita líquida de R$ R$ 3.121,3 bilhões, 35,4% superior ao ano de 2021. Quando olhamos para a receita operacional, a Sabesp acumulou R$ 22.055,80 bilhões, uma alta de 13,2% em relação ao ano de 2021. Esses indicadores mostram os motivos que determinam nossa luta em defesa de uma Sabesp pública. No Brasil, já comprovamos que a privatização do saneamento não é garantia de melhoria de qualidade dos serviços e de acessibilidade para a população, como demonstram os casos de Itu (SP), Manaus (AM), Ouro Preto (MG), o estado de Tocantins e as cidades fluminenses do Rio Claro, Rio das Ostras e Vassouras, recentemente privatizadas”, enfatizou a parlamentar.
Nas discussões, os opositores à privatização também ressaltaram que a  Sabesp é a maior empresa de saneamento das Américas e a terceira maior empresa no mundo, atendendo cerca de 30 milhões de pessoas, em pelo menos 375 municípios do estado de São Paulo.  Foi ressaltando que a Sabesp atua com uma das menores tarifas do país e pratica o sistema de subsídio cruzado em que a receita nas maiores cidades possibilita investimentos nos pequenos e médios municípios e nas comunidades isoladas ou de baixa renda. Ou seja, ela tem uma atuação fundamental para as populações mais vulneráveis, mas estes argumentos não foram suficientes para impedir a aprovação do projeto de lei do governador Tarcísio de Freitas.

 

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