O II Seminário sobre Adoção de Piracicaba, realizado no dia 29 de novembro, no auditório da Smads (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de Piracicaba) evidenciou a necessidade de se ampliar o debate sobre o tema da adoção.
Promovido pela Pasca Piracicaba e pelo Gaap (Grupo de Apoio à Adoção de Piracicaba), o evento tratou sobre os impactos da adoção para adotivos e famílias e as leis que regulamentam o uso do nome afetivo e o direito à entrega voluntária.
A psicóloga Ana Clara Fusaro Silva Rodrigues falou sobre os impactos da adoção e a importância do período de preparação das famílias pretendentes e dos adotivos. Enfatizou que nesta etapa é fundamental a escuta das famílias e adotivos, como forma de conhecer as histórias, expectativas, motivações e medos de todas as pessoas envolvidas no processo.
Ela também falou sobre a necessidade de acompanhamento no pós-adoção e sobre a importância de campanhas de conscientização sobre o assunto, para que as instituições de educação, saúde, cultura e lazer também se preparam e possam acolher corretamente os adotivos e suas famílias.
Jornalista, advogada e adotiva, Larissa Alves emocionou os presentes com um depoimento rico em informações sobre a sua história de vida e a luta pela organização dos adotivos no Brasil.
Larissa observou que existem ainda muitos desafios a serem vencidos no Brasil para a construção de adoções saudáveis, como o desenvolvimento de processos de valorizem a história e a biografia dos adotivos e garantam os seus direitos de forma ampla. “Ser adotivo é uma jornada de vida a longo prazo”, afirmou.
Ela também falou sobre a importância de lutar por políticas públicas voltadas à adoção, que incluam o levantamento de dados, o investimento nas estruturas de apoio e a realização de campanhas de conscientização, principalmente no ambiente escolar.
A advogada Andressa Carolina de Souza expôs duas legislações recentes e que precisam se tornar mais conhecidas e colocadas em prática.
Ela abordou a Lei do Nome Afetivo, a Lei nº 17.585, vigente no Estado de São Paulo desde julho de 2018, e a Lei 13.509/2017, que introduziu no ECA a chamada “entrega voluntaria”, que garante a uma gestante ou mãe o direitos de entregar seu filho ou recém-nascido para adoção em um procedimento assistido pela Justiça da Infância e da Juventude.
“Foi um evento rico, que mostrou toda a potencialidade da adoção como garantidora de direitos para as crianças e adolescentes, mas também a necessidade de ampliar o debate sobre o assunto e fortalecer as estruturas de apoios para famílias e adotivos”, avalia a psicóloga Jhenifer Eleutério, coordenadora do Gaap.
O Seminário teve o apoio das demais organizações que compõem o Grupo de Trabalho de Adoção de Piracicaba: Smads (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de Piracicaba), Fumdeca (Fundo Municipal dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes), Vara da Infância e da Juventude de Piracicaba, Casa do Bom Menino e Lar Franciscano.