Aids – No Dia Mundial, continuam os desafios e os avanços rumo ao fim da epidemia

Dia Mundial de Combate à Aids: desafios e avanços para o fim da epidemia. Crédito: Divulgação

Equipe do SCIH da Santa Casa de Piracicaba fala sobre conquistas e desafios da doença; hoje (1º) é o Dia Mundial de Combate

 

 

 

O Brasil atingiu uma marca significativa recentemente no combate à epidemia de HIV/Aids, conforme destacado pelo Uniaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids). Contudo, desafios persistentes, especialmente relacionados a desigualdades e acesso desigual aos recursos de prevenção e tratamento, continuam a ser os principais obstáculos. Neste dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Combate à Aids, a enfermeira coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa de Piracicaba, Fernanda Rosa, departamento coordenado pelo infectologista Hamilton Bonilha, falou sobre conquistas e desafios rumo ao fim dessa epidemia.

Em julho desse ano, o Unaids reportou que o Brasil alcançou 88% de pessoas diagnosticadas com HIV, 83% em tratamento retroviral e 95% com carga viral suprimida. No entanto, as desigualdades persistem, afetando grupos vulneráveis, como a comunidade LGBTQIA+. Fernanda destaque que “as desigualdades socioeconômicas e legislações restritivas têm um impacto substancial na disseminação e no controle da Aids. A discriminação e o estigma também são barreiras significativas para alcançar metas mais elevadas de controle da epidemia”.

Segundo dados do Ministério da Saúde, de 1980 até junho de 2022, foram identificados 1.088.536 casos de Aids no Brasil. Além disso, estima-se que cerca de 108 mil pessoas ainda não têm o diagnóstico, sendo a maioria jovens com idade entre 15 e 24 anos, que vivem com o vírus HIV em seu corpo e não sabem. Em 2022, ao menos 13 mil pessoas morreram no Brasil em decorrência da Aids, de acordo com relatório da Unaids.

No mundo, 39 milhões de pessoas estão vivendo com o HIV. Em 2022, outras 1,3 milhão foram infectadas com o HIV e 630 mil pessoas morreram de doenças relacionadas à Aids.

“A prevenção é fundamental, a exemplo do uso consistente do preservativo [camisinha], tanto externa quanto interna, em todas as relações sexuais, método seguro e eficaz contra o HIV e outras IST. A PREP (prevenção a profilaxia pré-exposição) já é uma realidade e consiste na tomada de comprimidos antes da relação sexual, que permitem ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. Em casos de exposição de risco, a PEP (profilaxia pós-exposição) é outra opção, devendo ser iniciada em até 72 horas”, enfatiza Fernanda .

O diagnóstico precoce e tratamento adequado são essenciais para evitar complicações graves. Automedicação não é recomendada; é essencial buscar orientação de um profissional de saúde. Além disso, alertar as parcerias sexuais ao receber um diagnóstico de IST se faz necessário para que também possam buscar tratamento.

Para Fernanda Rosa, é imprescindível “investimentos contínuos em pesquisas, educação e acesso universal a tratamentos e prevenção. Além disso, políticas inclusivas e uma abordagem não discriminatória são vitais para enfrentar esse desafio de saúde pública”, alerta ao ressaltar que os avanços para o controle da doença estão sendo feitos, mas que “precisamos manter o foco e intensificar esforços. O fim da Aids até 2030 é uma possibilidade real, mas requer ação coletiva, investimentos adequados e políticas inclusivas para alcançar essa meta”.

O relatório do Unaids destaca que erradicar a Aids até 2023 é uma escolha política e financeira que requer liderança comprometida, investimentos apropriados e políticas inclusivas para alcançar um futuro livre dessa epidemia devastadora.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima