Já são seis os casos de possível cura da Aids!

Quem me acompanha, diariamente, no trabalho desenvolvido pelos projetos mantidos pelo Caphiv (Centro de Apoio ao HIV, Aids, Sífilis e Hepatites Virais) sabe que sou uma pessoa otimista. É parte da minha forma de ser no mundo: sempre ver o lado positivo das coisas. Não que, vez ou outra, às vezes por desânimo ou cansaço, a tristeza bate, mas é sempre passageira. O otimismo é um sentimento que nutro para enfrentar os obstáculos da vida.

E porque, cargas d’água!, como diriam os antigos, estou falando de otimismo nesta edição da minha coluna aqui em A Tribuna Piracicabana?! É que recentemente a comunidade cientifica se deparou com o que pode ser o sexto caso de possível cura do vírus da Aids. Gente, pra quem, como eu, conhece os primórdios desta epidemia, no início dos anos 1980, é uma notícia muito importante. E não tem como não ficar otimista diante dela.

Trago aqui uma matéria que foi publicada no site da CNN Brasil (www.cnnbrasil.com.br):

 

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Homem na Suíça se torna o sexto paciente curado do vírus HIV, anunciam pesquisadores — “Paciente de Genebra” não registrou a presença do vírus no organismo cerca de 20 meses depois da interrupção do tratamento antirretroviral

 

Um homem na Suíça, apelidado de “Paciente de Genebra“, apresentou remissão do vírus HIV após a realização de um transplante de medula óssea, se tornando o sexto no mundo a se curar da doença. O resultado foi apresentado durante a Conferência IAS sobre Ciência do HIV 2023, em Brisbane, na Austrália.

No entanto, o caso do “Paciente de Genebra” apresenta uma particularidade que não aconteceu nos cinco casos anteriores, que haviam sido registados em Berlim, Londres, Dusseldorf, Nova York e no City of Hope.

Nesses cinco casos, os pacientes haviam recebido um transplante de medula óssea de um doador que portava uma rara mutação genética, denominada CCR5 delta 32, que tornava as células do corpo resistentes ao HIV.

Já no caso do “Paciente de Genebra”, a medula óssea doada não possui mutação CCR5 delta 32. Dessa forma, as células desse homem continuam permissivas ao vírus.

Porém, mesmo assim, o HIV permanece indetectável em seu organismo, cerca de 20 meses depois da interrupção do tratamento antirretroviral.

O “Paciente de Genebra” convive com o HIV desde o início da década de 1990, e fazia tratamento com antirretrovirais. Em 2018, realizou o transplante de medula para tratar de uma leucemia, e teve como consequência uma queda radical das células portadores do HIV. Desde 2021, começou a diminuir gradualmente o consumo dos medicamentos contra o HIV.

“O que está acontecendo comigo é magnífico, mágico, estamos olhando para o futuro”, afirmou o paciente. Para os cientistas, o caso do “Paciente de Genebra” pode ser importante para o desenvolvimento de novas formas de combate e tratamento do HIV.

“Embora este protocolo não seja transponível em larga escala devido à sua agressividade, este novo caso traz elementos inesperados sobre os mecanismos de eliminação e controle dos reservatórios virais, que serão importantes para o desenvolvimento de tratamentos curativos para o HIV”, afirmou Asier Saez-Cirion, Chefe da Unidade de Reservatórios Virais e Controle Imunológico do Institut Pasteur.

 

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Não tem como não se emocionar e ficar otimista com o que pode ocorrer nos próximos anos, sobretudo nas pesquisas que tentam achar a cura definitiva para Aids. Enquanto isso, por aqui continuamos com o nosso trabalho diário, de divulgação dos métodos de prevenção. Mas o otimismo sempre vem e eu sempre quero mostrar a quem me acompanha.

 

 

Paulo Soares, presidente do Caphiv (Centro de Apoio ao HIV/Aids, Sífilis e Hepatites Virais).

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