20 de novembro e a representatividade  preta e parda na Câmara Federal|

Gregório José

 

É intrigante observar as estatísticas eleitorais de 2022, destacando o aumento significativo de 36,25% nas candidaturas de pretos e pardos para a Câmara dos Deputados em comparação com 2018. No entanto, a realidade dos eleitos não reflete totalmente essa diversificação, com um modesto crescimento de 8,94% no número de candidatos efetivamente eleitos com essas autodeclarações.

Os números revelam uma disparidade entre a expressiva representação nas candidaturas e a representatividade conquistada nas cadeiras legislativas. A Emenda Constitucional 111, que visa incentivar candidaturas de negros e mulheres, parece enfrentar desafios na concretização de seus objetivos, evidenciados pela variação pouco expressiva dos eleitos.

A oscilação mínima no número de deputados federais brancos, mesmo com uma queda de 4,59%, destaca a persistência da maioria branca entre os eleitos, representando 72% do total. Enquanto isso, os autodeclarados indígenas e amarelos mostram um tímido aumento em suas representações, destacando a importância de uma análise mais abrangente da diversidade étnica na política.

O dado curioso de um deputado que optou por não declarar sua raça adiciona uma camada intrigante a essa narrativa. Em meio a essas complexidades, fica evidente a necessidade contínua de reflexão e aprimoramento das políticas de incentivo à diversidade, para que a representatividade nas candidaturas se traduza efetivamente na composição do legislativo, refletindo a riqueza e pluralidade da sociedade brasileira.

O próprio IBGE destacou em seu levantamento sobre desigualdades com o último censo, apontando que as desigualdades raciais são importantes vetores de análise das desigualdades sociais no Brasil, ao revelarem no tempo e no espaço a maior vulnerabilidade socioeconômica das populações de cor ou raça preta, parda e indígena.

 

 

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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo

 

 

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