A negação dos judeus a Jesus

João Salvador

A crença dos judeus na chegada do Messias foi baseada nas profecias do Antigo Testamento, que descrevem a vinda de um líder político e religioso, que libertaria Israel do domínio estrangeiro, estabeleceria um reino justo e pacífico. Aguardavam a chegada de um descendente de Davi, como um líder nato, destemido e determinado, libertando Israel de seus perseguidores, fazendo-o soberano. Livraria Israel do jugo romano, o que acabou não ocorrendo. Então, passaram a contestar o poder do jovem galileu, que cresceu como uma simples criatura, que desde criança pregava os ideais universais.

Inicialmente, a crença era de muita fé e esperança, porém não correspondia às expectativas messiânicas da época. Não aceitavam que uma figura, ao invés de demonstrar a rebeldia, o autoritarismo, pregasse o amor, o perdão e a humildade. Esperavam que o nascido na tribo de Judá, desafiasse o poder reinante sobre Israel, mas não pela falácia da conscientização.

Na verdade, os judeus não aceitaram Cristo pelas diferenças teológicas, messiânicas e culturais da época. Talvez, por uma metáfora de Jesus, os judeus entenderam que ele se referia como Deus, quando, na verdade, ambos eram divinos, oriundos de uma mesma partícula. Mas, pela falsa e incauta compreensão da época, essa hipótese poderia desmontar a teoria judaica de Jeová ser uma divindade suprema única, incorpórea, onipresente, onipotente e onisciente, em que sempre acreditaram. A convicção judaica é a de que todos os homens são iguais, todos filhos de Deus e Jesus era apenas o mais bem falante, um profeta. Infelizmente, o homem de Nazaré não correspondeu aos anseios judaicos, pregando nas sinagogas, a misericórdia e o perdão para os impuros, os marginalizados e os excluídos da sociedade. Os sionistas não aceitavam a posição do Mestre, a de conceder o perdão para os pecadores e seguidores das leis divinas e o castigo para os “fora da lei”. Isso mexeu com o alto escalão da hierarquia judaica.

A cultura da época favoreceu ainda mais a crença em um falso Messias, pela forma com que morreu, subjugado, calado, aos tropeços, “debaixo de vara”, rumo ao calvário e crucificado pelo seu próprio povo.

Apesar das crenças reversas, o democrático Israel, mesmo diante de recursos naturais limitados, é um líder global de tecnologia avançada. Destaques nas indústrias de alimentos, eletrônica, bélica, química, farmacêutica e de máquinas e equipamentos. Doze prêmios Nobel. Mas, as comunidades judaicas, espalhadas nos reinos europeus, exilados pela diáspora, vítimas das maiores atrocidades da história, continuam sendo perseguidas pelos antissemitas, os “nazionistas” e por células radicais terroristas, no mundo todo, cuja intenção é varrer os hebreus/judaicos da face da Terra. Porém, a sagrada Jerusalém, de tomadas e retomadas, continua na luta, com bravura, coragem e a persistência de seu povo, numa estratégia de se obter, definitivamente, e, assinada, a escritura de posse da terra prometida, por bem ou por mal. O juízo é de Deus.

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João Salvador é biólogo

 

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