O cérebro e o conhecimento

Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho

No artigo “O Cérebro” de Paul Broca, neurocirurgião e antropólogo, precursor do Museu do Homem, situado em Paris, não existe melhor lugar para despertar o interesse e aprender ciências sobre a evolução do homem. Frases como: “Ainda ontem eles eram macacos; dê-lhes um tempo e dentro de uma era você verá”; “Por mais que o homem evolua, sempre guardará marcas inapagáveis de sua origem primitiva”; “Prefiro ser um primata evoluído, do que um filho degenerado de Adão”; estão todas lá, descritas para serem apreciadas e despertar o conhecimento da evolução humana.

Neste museu existem crânios do homem de Neandertal, provando que criaturas como nós, uma subespécie muito próxima, viveram e se extinguiram.

No Museu do Homem, há uma coleção enorme de cérebros de primatas, inclusive o de Paul Broca, pesquisador, organizador, precursor da Neurologia e Neurocirurgia moderna; cientista e, dentre os sábios franceses, praticamente sozinho apoiou as ideias da evolução natural de Charles Darwin.

Broca investigou a região límbica, ou seja, rinencéfalo – (cérebro que cheira); hoje sabemos que esta região está profundamente envolvida com a emoção humana; descobriu também que uma pequena região no córtex do lobo frontal esquerdo, estava relacionada à linguagem articulada, hoje chamada Área de Broca e fez fortes indicações científicas que funções cerebrais estavam relacionadas a áreas específicas, pois relatou que existia conexão entre anatomia e função cerebral, inclusive para o que chamamos hoje de consciência; mente e pensamento.

Paul Broca, apesar de fortemente contestado em meados do Século IXX, deixou um enorme legado para o estudo do cérebro, mostrando que ciência é um conjunto de conhecimentos, seu objetivo é compreender de que forma o mundo funciona, pois nada é tão rico como a natureza, após muitos anos de evolução do cérebro humano, entendemos hoje parte da superfície da natureza, mas estamos iniciando o caminho científico para compreender sua profundidade que pode ser infinita.

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Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho, médico

 

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