Prevenção – Dia Mundial do AVC e os minutos que salvam vidas

Médico Moises Lara fala sobre AVC.Crédito: Divulgação

 

 

Data, comemorada domingo (29), serve de alerta para prevenção, mudança de hábitos e aprendizado sobre como  identificar uma pessoa em AVC

 

 

Quando se trata de AVC (Acidente Vascular Cerebral), cada minuto é vital; pois minutos podem salvar memórias, a fala, a mobilidade e, em última instância, a vida. Com o risco global de AVC, que afeta uma em cada quatro pessoas ao longo da vida, a conscientização pública sobre os sintomas e a importância de agir rapidamente torna-se crucial para salvar vidas e melhorar os resultados para os 9 milhões de pessoas que sobrevivem ao AVC a cada ano.

Por isso, neste 29 de outubro, Dia Mundial do AVC,  o alerta para prevenção tem sido motivo de campanha em todo o mundo. Só no Brasil, o acidente vascular cerebral é a segunda maior causa de mortalidade e, no mundo,  o principal agente de incapacidade. Em 2020, a doença matou 6,6 milhões de pessoas em todo o planeta; número que pode subir para quase 10 milhões até 2050, segundo estudo publicado na revista The Lancet Neurology.

De acordo com a pesquisa, o número de óbitos provocados pela doença aumentaria em 50% até 2050, totalizando 9,7 milhões de mortes por ano em todo o mundo. Ainda segundo os pesquisadores responsáveis pelo relatório, a crise global provocada pelo AVC custaria até US$ 2,3 trilhões, mais de R$ 11 trilhões, anualmente. As informações são da Medical Xpress.

O combate à doença é um dos principais objetivos da Organização Mundial do AVC (World Stroke Organization – WSO), que nos últimos anos está focada na melhoria da conscientização sobre os sintomas do AVC por intermédio de campanhas permanentes. O objetivo, difundido entre profissionais de saúde e hospitais credenciados que integram a linha de atendimento AVC, é destacar o que pode ser salvo se todos conhecerem os sinais para agir rapidamente em socorro à pessoa afetada.

“É um momento oportuno para aumentar a percepção da gravidade e da alta taxa de ocorrência do AVC, divulgar métodos de prevenção e redução de casos, conscientizar sobre os sinais e fatores de risco e incentivar gestores de saúde a adotar medidas para melhorar a prevenção, acesso ao tratamento e apoio aos sobreviventes e cuidadores”, ressalta o neurocirurgião intensivista da Santa Casa de Piracicaba, Moisés Lara.

Ele lembra que a Santa Casa é referência regional e único hospital da cidade credenciado pelo Ministério da Saúde para o atendimento da Linha de Cuidado ao AVC. Segundo o neurocirurgião, de 1º de janeiro a 30 de setembro deste ano, a instituição atendeu 277 casos de pessoas vítimas do AVC. “No mesmo período de 2022, esse número foi de 336 pacientes. Em todo o passado, foram 451 pessoas atendidas em nossa instituição, vítimas do acidente vascular cerebral”, lembrou.

 

De acordo com Moises Lara, existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que ocorre devido ao entupimento de vasos sanguíneos no cérebro; e o hemorrágico, que resulta da ruptura de um vaso intracraniano. Alguns dos sinais de alerta mais comuns incluem fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental, alteração na fala ou na compreensão; alterações na visão, equilíbrio, coordenação ou ao andar; além de tontura e dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente.

“O principal fator de risco para o AVC é a hipertensão arterial, seguido por arritmia cardíaca, diabetes, tabagismo, colesterol alto e obesidade. Idade, raça e herança genética também influenciam”, explica o neurocirurgião ao reforçar ainda que é crucial agir rapidamente ao identificar os sinais de um AVC.

“Peça à pessoa para sorrir e observe se a boca está torta. Em seguida, peça que ela eleve os braços e verifique se um deles está fraco. Diga uma frase ou cante uma música e observe se há dificuldade na fala. Caso identifique esses sinais, chame imediatamente a emergência”, alerta o médico.

O tratamento do AVC  segue a protocolo clínico e diretrizes terapêuticas específicas para essa condição. A melhor forma de tratamento, atendimento e reabilitação deve ser prescrita por médicos e especialistas, levando em consideração as necessidades de cada paciente.

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