Dorgival Henrique
Após várias propostas de resoluções apresentadas no Conselho de Segurança da ONU serem vetadas por embaixadores das principais potências, a hipocrisia continua, pois, enquanto o desespero das famílias destruídas pelos bombardeios ou das famílias de reféns continuam, essas potências pensam e agem de acordo com seus interesses estratégicos e geopolíticos, pouco se importando com a transformação de Gaza em um cemitério aberto.
Esse conflito entre Israel e a Palestina que mistura política e religião se estende por décadas, com muita matança e massacres. Estima-se que as milícias sionistas tomaram, aproximadamente, 70% da Palestina histórica, expulsando cerca de 750 mil palestinos.
A população civil palestina continua sendo vítima da política de Benjamin de Netanyahu, pois a continuidade desta beligerância foi aprovada, de forma incondicional, pelo império americano, mesmo que o primeiro ministro de Israel venha sendo contestado internamente e tenha sido repudiado por 80% da população israelense.
Na ofensiva sem precedentes contra Israel, o Hamas, em seu ataque terrorista, deixou mais 1.200 mortos e sequestrou quase 220 pessoas, a maioria israelenses, mas também estrangeiros. No entanto, a população civil palestina não pode ser confundida com o Hamas.
Israel defende os bombardeios, o cerco e a invasão da Faixa de Gaza a pretexto de garantir a sua sobrevivência e o desejo de eliminar o Hamas, como resposta proporcional ao que sofreu.
O massacre ao povo Palestino continua, até satisfazer os desejos dos atuais dirigentes políticos de Israel. Essa estratégia de eliminação e apartheid só é possível pela criação de uma prisão aberta na Faixa de Gaza. Ao agir desta forma, o Estado de Israel se comporta como terrorista, tal qual o Hamas no massacre de 7 de outubro de 2023.
O povo palestino foi submetido, depois da guerra dos Seis Dias, a 56 anos de ocupação sufocante. Viram suas terras serem progressivamente devoradas por colonatos e foram arruinados pela violência, entre 5 a 10 de junho de 1967, que registrou o conflito travado por Israel, Egito, Síria e Jordânia
Não dá para ficarmos assistindo horrorizados ao enorme sofrimento que Netanyahu vem impondo ao povo palestino, assassinando milhares de crianças e mulheres.
É urgentíssimo abrir um corredor humanitário para chegar o socorro internacional na Faixa de Gaza e o cessar-fogo, sob pena de se criar o caos em um território de 41 km de comprimento e 10 km de largura entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo que abriga 2,3 milhões de palestinos.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, compôs um governo com extremistas judeus, sionistas e religiosos fanáticos que estão desmantelando a democracia da nação israelense e pedindo a expulsão dos palestinos que vivem dentro do Estado de Israel.
Não dá mais para cair na conversa dos senhores da guerra, nem de um Estado comandado pelo atual primeiro ministro, que tem sua legitimidade questionada por 80% da população judaica, prevalecendo-se da narrativa do direito à defesa do Estado Israelense, praticando atos terroristas, matando inocentes, cortando a água, energia elétrica, combustível e obstaculizando ajuda humanitária oferecida por inúmeras nações.
É preciso dar um basta no domínio dos senhores da guerra e no sistema de segregação e discriminação do povo palestino, em sua própria terra, buscando o amparo no direito internacional e nas nações que desejam impedir que a barbárie no Oriente Médio, especialmente na Faixa de Gaza, prossiga.
O Centro de Decisões do governo de Netanyahu acredita que a violência precisa se aprofundar para esmagar as aspirações palestinas, mas se esquece que o terror imposto será o terror recebido.
Neste momento, há médicos na Faixa de Gaza que estão operando pessoas sem anestesia e com luz de celulares, assim como há filas por um pedaço de pão.
Basta de dor e humilhação!
Pela criação de um Estado Palestino livre e soberano!
Pela paz duradoura entre Israel e a Palestina!
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Dorgival Henrique, diretor presidente do IPEDD