Foram ouvidos a enfermeira, o médico, o condutor e o estudante de medicina que atuaram no transporte da criança da UPA até a Santa Casa
Os quatro integrantes da equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) acionada para a transferência da menina Jamilly Vitória Duarte, de 5 anos, da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Cristina para a Santa Casa, na noite de 11 de agosto, prestaram depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) formada na Câmara Municipal de Piracicaba para apurar as circunstâncias da ocorrência. Após ser picada por escorpião, a criança recebeu atendimento na unidade, foi transferida para o hospital, mas morreu na madrugada seguinte.
Os profissionais de saúde foram ouvidos pelo presidente da CPI, vereador Acácio Godoy (PP), pelo relator Gustavo Pompeo (Avante) e pelos membros Cássio Luiz Barbosa (PL), o Cássio Fala Pira, Pedro Kawai (PSDB) e Paulo Camolesi (PDT). A equipe atua, pelo Samu, na USA (Unidade de Suporte Avançado), destinada ao transporte de pacientes que necessitam de atendimento médico de urgência intensivo.
Prestou depoimento a enfermeira Mariana Romelli Beraldo, que relatou detalhes da ocorrência, o estado da paciente, as tentativas de acesso venoso e a chegada à Santa Casa. O médico Thiago Afonso Bertholo explicou que, na base do Samu, ele próprio foi o responsável pela liberação da vaga zero para Jamilly pela central de regulação, já que é coordenador da Central de Vagas e, na ocorrência, atuou também como médico intervencionista.
Também foram ouvidos o socorrista condutor Celso Donisete Vacari, que apresentou detalhes sobre o deslocamento para atendimento da ocorrência sob código vermelho e o interno da faculdade de medicina, Matheus Freitas Barbosa, que acompanhou o caso, mas não efetuou nenhuma intervenção.
Para Acácio Godoy, os depoimentos da equipe do Samu acrescentaram muito aos trabalhos da CPI e evidenciaram divergências e incongruências em versões já apresentadas anteriormente à comissão sobre o atendimento prestado a Jamilly, além de falhas em protocolos também já identificadas.
A CPI já ouviu, desde o início dos trabalhos, em 6 de outubro, os depoimentos de representantes do Coren (Conselho Regional de Enfermagem), sobre os protocolos de atendimento; do GVE (Grupo de Vigilância Estadual) e Cevisa (Centro de Vigilância Sanitária Municipal), sobre a disponibilização do soro antiescorpiônico e definição dos pontos de referência para aplicação; além de enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais funcionários da UPA que atuaram na ocorrência, inclusive a médica responsável pelo caso de Jamilly. Desde 1º de julho, a UPA da Vila Cristina é administrada pela OSS (Organização Social de Saúde) Mahatma Gandhi.
Nesta quinta-feira (26), a partir das 8 horas, a CPI coleta os depoimentos de três funcionários da Santa Casa, para onde Jamilly foi transferida. Para sexta-feira (27), às 8 horas, estão previstas as oitivas de outros três funcionários do hospital. Na segunda-feira (30), devem participar mais dois profissionais da equipe de saúde da Santa Casa e outros dois na terça-feira (31), ambos às 8 horas.