Herança urbana

João Chaddad

 

Os loteamentos até a década de 50 foram, em sua maioria, executados com quadras de 100 X 100m, correspondentes a 10.000 m², ou seja, um hectare, isso porque quase todas as cidades do mundo eram assim, na forma de xadrez e as margens dos rios, córregos, lagos ou oceanos e esse sistema chegou a nos como herança.

Nessa maneira tradicional de lotear, se o terreno se apresentava com topografia muito acidentada, as ruas e lotes tinham inclinações superiores a 20%, ruim para o trânsito e para construção.

Nessas quadras de 100X100 m os lotes executados, em sua maioria, eram muito compridos, com aproximadamente 10X50 m, e, em muitos casos, surgiam vilas no meio das quadras, herança da arquitetura europeia.

Atualmente, os loteamentos devem ser feitos de forma a se aproximarem das curvas de nível, resultando disso um sistema viário mais suave e melhor, porém as localizações de imóveis se tornaram mais difíceis, principalmente com sistema moderno de ruas sem saída.

Nos loteamentos residenciais, onde só se constrói casas e pequenos comércios, o número de habitantes por hectare é pequeno, ou seja, em torno de 100 a 150 habitantes. O número de habitantes por hectare é o que determina a densidade demográfica de um bairro ou e uma cidade.

De 100 a 500 habitantes por hectare a qualidade de vida é boa, pois nesses locais moram poucas pessoas, resultando menos poluição atmosféricas, visual e sonora, uma vez que há menos carros, motos, visitantes, etc., e assim sendo, muitas prefeituras já pensam em estabelecer densidades máximas para seu município.

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João Chaddad, urbanista e arquiteto

 

 

 

 

 

 

 

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