Luiz Carlos Motta
Hoje tenho uma conversa muito especial com as mulheres que prestigiam esse veículo, com sua habitual leitura. Vou falar sobre o já consagrado Outubro Rosa, mês de prevenção ao câncer de mama, criado no início da década de 1990 nos Estados Unidos e rapidamente adotado na maioria dos países. Embora seja um tema nem sempre fácil de abordar, falar abertamente sobre o câncer pode ajudar a esclarecer mitos e verdades e, com isso, aumentar o conhecimento, diminuir o medo associado à doença e salvar vidas.
NÚMEROS — O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos. Para o Brasil, o Ministério da Saúde prevê quase 74 mil casos novos de câncer de mama em 2023, com um risco estimado de 66 casos a cada 100 mil mulheres. As mais altas taxas de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do País. Mas é possível mudar esse triste cenário. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o INCA, um em cada três casos de câncer pode ter risco de morte reduzido a quase zero, se for descoberto logo no início. O problema é que muitas pessoas, por medo ou desinformação, evitam o assunto e acabam atrasando a ida ao médico. Por isso, é preciso desfazer crenças sobre o câncer, para que a doença deixe de ser vista como uma sentença de morte ou um mal inevitável e incurável.
PREVENÇÃO — O câncer de mama apresenta sinais e sintomas em suas fases iniciais. Detectá-los precocemente traz melhores resultados no tratamento e ajuda a reduzir a mortalidade, alerta o INCA. Os médicos especialistas comentam, acertadamente, que, quando a mulher conhece bem o seu corpo, ela pode perceber mudanças que são normais nas mamas e ficar alerta para um sinal ou sintoma suspeito de câncer. Por isso, iniciamos por meio do portalfecomerciarios.org.br e das mídias sociais da Federação e dos seus 72 sindicatos filiados, uma ampla campanha, com o objetivo de orientar mulheres e homens a respeito da prevenção e da detecção precoce do câncer de mama. Estão sendo veiculadas mensagens conscientizadoras que alertam para os fatores de risco, sinais e sintomas, detecção precoce e como prevenir o câncer de mama.
HOMENS — Os homens têm um papel fundamental nesta campanha. São eles que devem incentivar as mulheres a fazer o diagnóstico precoce. Além disso, os homens também podem ter câncer de mama, embora essa ocorrência seja rara, representando apenas um caso em cada 100.
Para finalizar, tenho um recado do Ministério da Saúde: preste atenção nas estratégias para reduzir o risco do câncer de mama: mantenha o peso corporal adequado, pratique atividade física e evite o consumo de bebidas alcoólicas. Para as mulheres que acabaram de dar à luz a amamentação também é considerada um fator protetor.
A prevenção salva vidas e a informação é o ponto de partida para isto. Que não só o outubro seja rosa para as mulheres, mas todos os dias do ano!
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Luiz Carlos Motta, presidente da Fecomerciários e da CNTC; deputado federal (PL/SP)