A experiência tem mais peso do que a beleza e a riqueza

Gregório José

 

Em uma floresta exuberante, vivia uma cobra que tinha um gosto peculiar por pássaros raros e preciosos, como Curiós, Belgas, Canários da Terra e Pintasilgos. Esses pássaros foram cobiçados por sua beleza e canto melodioso, e a cobra foi desenvolvida uma estratégia para caçá-los. Ela era temida por todas as aves que habitavam as árvores, pois sua destreza era emprestada.

A cobra se esgueirava silenciosamente pelas árvores, esperando pacientemente pelo momento certo para atacar. Ela tinha um gosto particular por pássaros exóticos que foram criados com grande carinho e cuidado pelos seres humanos. Essas aves eram mantidas em gaiolas ornamentadas, como berços de ouro, e eram frequentemente mimadas com carinho e atenção.

No entanto, a cobra vê que caçar pardais, pequenas aves que viviam nas ruas e eram consideradas comuns, era uma tarefa desafiadora. Os pardais eram criaturas vívidas e astutas, adaptadas à vida nas cidades e nas aldeias. Eles sabiam como se esconder e escapar de predadores, e não eram facilmente enganados.

A cobra, após vários experimentos fracassados, começou a se sentir cada vez mais frustrada. Ela não conseguia entender como esses simples pardais, que enfrentavam os desafios da vida selvagem, eram tão difíceis de capturar, enquanto os pássaros raros em gaiolas de ouro eram presos simples. A cobra começou a se perguntar por que aquelas aves comuns eram tão difíceis de capturar, enquanto os pássaros preciosos eram presos mais simples.

Certo dia, a cobra teve uma revelação enquanto observava um grupo de pardais escapando mais uma vez. Ela percebeu que, embora os pássaros preciosos fossem belos e valiosos, eles muitas vezes perderam a oportunidade de desenvolver habilidades de sobrevivência. Eles confiaram em seus proprietários para proteção e cuidado, enquanto os pardais aprenderam a confiar em si mesmos e nos outros.

A cobra finalmente entendeu que a verdadeira sabedoria não estava na raridade ou no valor material, mas na capacidade de se adaptar e enfrentar os desafios da vida. Ela deixou de caçar os pardais e, em vez disso, admirou sua tenacidade e esperteza.

A parábola da cobra e dos pardais nos lembra que a verdadeira força reside na experiência e na adaptação à vida real. Nem sempre o mais precioso é o mais sábio, e muitas vezes, as lições mais valiosas vêm daquelas que aprenderam a sobreviver e prosperar nas condições mais simples. A partir desse dia, a cobra deixou de ser uma caçadora de pássaros caros e passou a ser uma caçadora silenciosa do mundo natural. Ela aprendeu a apreciar a verdadeira beleza da natureza e a valorizar a sabedoria daqueles que vivem em harmonia com ela. É mais fácil enganar aqueles que pouca experiência tem do que os que aprendem com as adversidades e problemas da vida.

 

 

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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo

Jornalista/Radialista/Filósofo

 

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