A ideologia terrorista

João Salvador

 

Pêsames nunca, congratulações, sempre. É o que passa na mente de um terrorista. Ele não se horroriza com o ato de aterrorizar os outros. O terror vem de fora, enquanto que o horror vem de dentro, nas expressões adjetivadas, que dimensionam os efeitos do ato de selvageria e de irracionalidade, como vem acontecendo na célula terrorista do Hamas, na ânsia de destruir Israel e criar um estado islâmico. Tantas atrocidades cometidas de surpresa contra os judeus, ceifando, de forma cruel, a vida de idosos, de mulheres estupradas, massacre por degola de bebês e de mais de 1.300 civis inocentes, dentre eles, brasileiros.

Mas, afinal, o que move um terrorista a viver na cega obediência aos idealizadores dos grupos terroristas, espalhando medo, ansiedade, dor, desespero e mortes, colocando, inclusive, sua própria vida em risco? A grande verdade é que, com argumentos irracionais e ilógicos, o ser humano é capaz de justificar quase tudo. A noção daquilo que é certo ou errado, depende da cultura e da religião de cada povo.

Dentre as causas mais comuns, que fomenta a prática terrorista, estão a intenção de provocar mudanças políticas territoriais, retaliação moral, vingança e a exposição na busca de uma projeção local ou global. Tudo para despertar uma imagem de poder, através da destruição de outro poder considerado injusto. O terrorismo às escuras opera da mesma maneira, mas, sem intenção de dominar o mundo, apenas de protestar contra um sistema, como foram os ataques suicidas contra os Estados Unidos, coordenados pela organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda, sob a liderança de Bin Laden.

Qualquer ação terrorista é brutal e covarde, porém parte dos envolvidos não parece insana, é produto, certamente, de um sistema motivado, basicamente, por fanatismo intenso e cuidadosamente desenvolvido nas esferas religiosas, sociais e ideológicas. Os extremistas distorcem as doutrinas pacíficas e, por meio de um condicionamento comportamental e cognitivo, empregam uma forte e efetiva forma de doutrinação, produzindo, em série, mentes terroristas. Assassinos que atuam na obscuridade do mundo secreto, matando ou mutilando, brutalmente, inocentes indefesos. Com o cérebro “lavado”, o propósito é obedecer e vencer a qualquer custo, para um bem comum. Explodir se preciso for, por acreditar que “há uma figura suprema que o acolherá na esfera espiritual”.

Não são psicopatas, porque qualquer indivíduo com esse desvio de comportamento, jamais se auto imola. É possível até que existam indivíduos com esse distúrbio, de perfil carismáticos e convincentes, que assistem tudo a distância, como os idealizadores o fazem.

Para impor suas garras, algumas grandes potências usam de suas crenças e culturas. No entanto, a história, tem demonstrado a queda de impérios, que não conseguiram se sustentar. A paz não se concretizará, jamais haverá acordo, porque a maioria carrega na mente um instinto perverso e, em nome de um ideal maluco, ao se divertir com a dor alheia. As demais criaturas, que deveriam ser agentes de um sistema natural, organizado e pacífico, são suas vítimas, trucidadas sem misericórdia. Para os terroristas, enfim, quanto mais trágico, melhor. Condolências, jamais. O atentado do grupo fundamentalista Hamas, não foi em defesa dos palestinos, mas sim, para obter o domínio da Faixa de Gaza e destruir o Estado democrático, próspero e moderno de Israel. Porém, parece uma missão impossível derrotar o povo judeu, que, ao longo do tempo, sobreviveu aos Egípcios, Babilônios, Persas, Gregos, Romanos, Otomanos, Alemães e Soviéticos, e, por essa razão, muitos ainda acreditam numa profecia bíblica e até mesmo apocalíptica.

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João Salvador, biólogo

 

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