O resgate dos brasileiros na área guerra

Dirceu Cardoso Gonçalves

Chegou, na madrugada do dia 11 de outubro o primeiro voo da FAB (Força Aérea Brasileira) trazendo os primeiros 211 brasileiros resgatados da guerra entre Israel e o Hamas. É o começo de uma longa operação que já tem 2700 candidatos inscritos para o transporte mas, dependendo da evolução do conflito, poderá ter muito mais e estender-se por muitos dias ou meses. Na primeira viagem – um voo de 14 horas entre Tel-Aviv e Brasília — vieram resgatados residentes no Brasil que faziam turismo na região. Mas lembremos que  existem 14 mil brasileiros residentes em Israel e outros 6 mil na faixa de Gaza, além de alguns outros milhares nos demais países da região, onde poderão também enfrentar problemas que justifiquem sua remoção emergencial.
O mais desafiador para o nosso país, no momento, são os assassinatos dos dois jovens brasileiros – a carioca Bruna Valeanu e o gaúcho Ranani Nidejelski Glazer, arrestados e abatidos pelos ativistas do Hamas e – a nova preocupação causada  pela notícia divulgada por Israel de que há reféns brasileiros em poder do Hamas, em Gaza. Não obstante o resgate iniciado pela FAB, está faltando o posicionamento claro do governo brasileiro, voltado especificamente pelo cessar-fogo e distanciamento de questões ideológicas que o une aos dois lados do conflito.
Considerando a existência de brasileiros em ambos os territórios conflagrados, a postura mais adequada do presidente Lula e de seu governo deveria ser pelo fim dos ataques e contra as ações extremadas que contrariam as leis internacionais sobre guerras. Especialmente o respeito à população civil, que via de regra não guarda qualquer relação com a motivação das guerras.  O governo brasileiro, sua diplomacia e suas forças políticas não podem ficar inertes e muito menos admitir que seus aliados ideológicos – matem brasileiros impunemente. Mexam-se, senhores, mexam-se, instituições brasileiras, acionem os organismos internacionais em proteção aos brasileiros em risco ou já prejudicados.
Que Lula empenhe seu prestígio internacional em favor dos concidadãos que correm risco na área de guerra. Não precisa desembarcar num dos lados do conflito, mas cumpra o dever de proteger os brasileiros. Só dessa forma é que poderá conquistar o respeito internacional e o reconhecimento do povo. Já que manifestou tempos atrás o desejo de terminar a carreira política como Nelson Mandela, atue pela proteção dos brasileiros, da mesma forma que fez o líder sul-africano, cuja ação deu-se integralmente dentro do seu país e o prestígio internacional só veio em função dos resultados auferidos pelo seu povo.  Não doure a pílula por ideologia; cumpra suas obrigações para com a Nação. Faça todo o possível para que brasileiros não continue morrendo na guerra que não lhes pertence.
Para terminar. Aqueles que classificam como terrorismo os acontecimentos de 8 de janeiro não podem se calar quando o Hamas mata e persegue nossos patrícios.
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Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves, dirigente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo
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