De o “Chora Menino” a Santa Teresinha: 200 anos de história

Alex Madureira

 

O bairro/distrito/conglomerado de Santa Teresinha, comemorou seus 200 anos de criação no dia 1º de outubro deste ano. Se antes, para se chegar até lá nos seus primórdios, as pessoas deixavam o bairro da Vila Rezende e iam em carroças ou a cavalo até as primeiras habitações no local, hoje, pela Rodovia Geraldo de Barros, SP 304, chegamos até lá em menos de 10 minutos. E encontramos uma cidade dentro da cidade de Piracicaba.

O prenome de “Chora Menino” surgiu em função de um cemitério de crianças falecidas, que levou esse nome, no século XIX. Era por lá que as famílias enterravam recém nascidos e crianças, daí a origem do nome das antigas terras. Segundo documento do IPPLAP, a região também era conhecida como Corumbataí, depois Guamium, em função do nome do rio que hoje abastece a cidade inteira de Piracicaba, por conta da vazão irregular do nosso rio.

Contudo só em 1927, quando da instalação e denominação da igreja matriz, em homenagem a Santa Teresinha, santa do dia 1º de outubro, segundo o calendário da Igreja Católica, o então bairro passou a adotar o novo nome, que foi oficializado por lei municipal em 1935. Foi o então padre Orlando Chaves que mobilizou os moradores e sensibilizou o poder público para mudar o nome do local, e homenagear Marie Françoise Thérèse Martin, nome de batismo da padroeira do bairro, que nasceu na cidade de Alençon em 1873.

Porém, aos quatro anos de idade, ela, seu pai e suas irmãs se mudaram para Lisieux, após a morte prematura de sua mãe devido à um câncer de mama. Thérèse viveu em Lisieux, tornando-se religiosa, até o final de sua curta vida. A primeira igreja evangélica a instalar-se por lá foi a Congregação Cristã no Brasil, e hoje inúmeras denominações também lá estão estabelecidas.

Anteriormente, entre 1750 a 1804, abrigou um quilombo, hoje reverenciado pela denominação de um dos seus principais parques, em homenagem aos primeiros habitantes da região.

Com extensão de 120,213 km2, o local possui cerca de 80 mil habitantes, conforme o último censo do IBGE-2023, ou cerca de 20% da população da cidade de Piracicaba, num adensamento geográfico que inclui os bairros vizinhos como a Balbo, Javari, Monte Rey, Boa Esperança, Parque Orlanda. Taiguara, IAA, Vila Bessy, São Luiz, Altos do São Francisco, Residencial Parque das Águas e Jardim Di Napoli entre outros.

Sua representação política, ao longo dos anos, foi exercida pelos vereadores Geraldo Bernardino, de tradicional família instalada no bairro, José Longato, que lá reside desde os anos 1950, José Lopes e hoje é exercida pelos vereadores Cassio Luiz (Falapira) e Sérgio Rosa, ambos do Partido Liberal (PL).

Outro representante dos Bernardino, Moacir Bernardino, dá nome a uma ponte que liga o bairro a cidade de Piracicaba. E o filho dele, Vlamir, ao lado do hoje assessor parlamentar Reginaldo Rosa de Oliveira, criaram no bairro o primeiro jornal local, um mensário chamado “Jornal de Santa Teresinha”. Hoje circula no bairro o jornal “Voz do Bairro”, editado pelo conhecido músico, empresário e jornalista Maestro Cidão.

Vários equipamentos públicos estão instalados por lá, mostrando comprometimento das inúmeras administrações anteriores, como postos de saúde, varejão, campo de futebol e ginásio de esportes, centro cultural, além de lojas diversas, supermercados, padarias, açougues, consultórios de médicos e dentistas, agências bancárias, levando a região, dinamismo e fortalecendo o empreendedorismo entre os seus moradores. Vale lembrar também a origem da Usina Costa Pinto, hoje grupo Raizen/Shell, que iniciou suas atividades em 1936, também remontam a presença industrial no bairro/distrito/conglomerado.

Vai, portanto, através destas linhas, minha homenagem aos moradores do bairro bicentenário.

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Alex Madureira (PL), deputado estadual, corregedor da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp)

 

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