Walter Naime
O passado não deve ser oferecido para o futuro como um “Presente de Grego”.
Os dias presentes de hoje foram elaborados pelos elementos do passado, somados à expectativa da época, resultando naquilo que estamos vivendo, e que se repete ciclicamente.
Para isso examinemos o que seria um “Presente de Grego” nos reportando aos tempos remotos da Grécia.
O presente bem intencionado é aquele que vai agradar o presenteado fazendo-o feliz e contente.
O “Presente de Grego” é ao contrário e como exemplo citaremos o Cavalo de Tróia. Ele é o presente oferecido para fazer mal ao presenteado. Pelo que se diz era um cavalo enorme feito de madeira, muito bonito, mas o seu recheio era composto por um exército de soldados para atacar o presenteado. Presentes assim você nunca desejaria receber, e quando assim for, o mau gosto estaria sempre armando suas peças.
Você gostaria de ganhar um elefante se não possuísse um circo? Se você pensou um pouco encontraria outros exemplos que também seriam não favoráveis.
Das aparências errôneas, as incertezas brotam cada vez mais em nosso semblante, e temos que conviver com elas tentando com nossos recursos esclarecê-las.
Numa sequência de datas, a terra era conhecida como plana.
Um pouco adiante, verifica-se que era esférica.
Um passo à frente descobria-se que não era esférica perfeitamente.
Mais um tantinho de tempo esclarecia-se que era um ovoide.
A ideia de que a Terra ocupava o centro de uma galáxia durou muito tempo.
O sistema solar tendo o sol como centro, veio ocupar o lugar das dúvidas anteriores e permanece assim até hoje.
A olho nú, ao observamos a luz de uma estrela a milhões de quilômetros, pensamos que ela ocupa o lugar que você imagina. Isso não acontece. Mas ela está um pouco abaixo do que você acha, devido a reflexão da luz.
Nessa visão das coisas, contanto com aparelhos de alta geração e conhecimentos mais avançados, fomos descobrindo o que certas coisas eram. Antes se davam como certas, mostrando o caos da nossa visão de ver não sendo.
Depois de muitos exemplos daquilo que era e passou a não ser ou estar, ficamos diante de um cenário de pôr em dúvida a nossa visão de ser que se encontra no caos, ou se o caos está instalado no cosmos, pois as incertezas vão continuar, não apresentando certeza de nada.
Nessas alturas do campeonato das diversidades, surge um grande campo de polêmica e sabendo das impurezas do passado, é necessário eliminá-las durante o nosso processo do dia a dia, para podermos oferecer ao nosso futuro para o que possa ser deglutido, palatado e mais belo afim de haver progresso do mesmo. Isso também acontece na mentalidade das abordagens humanas. Incertezas!!
A ideia de ordenar as coisas uma depois das outras não são suficientes para o acontecimento. É necessário somarmos a ideia de organizar, que incute no seu bojo a ideia de “propósito bom” a ser oferecido ao futuro. “Ordenar com um propósito” é a ordem.
O passado pode ser do “Agora” que é já; O passado próximo seria quando se consegue com a memória tê-lo como presente; O passado distante pode ser distante quando o ser humano precisa fazer exercícios históricos para recompô-lo; O passado muito distante exige exercícios históricos e científicos para ser detectado.
Quando você estiver numa festa infantil, onde se apresenta uma caixa enorme de bolinhas de isopor, como se essas bolinhas fossem o número de “zeros esféricos” que comtempla a história, mergulhe nela e volte a respirar pensando em não oferecer a ninguém um “Presente de Grego”.
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Walter Naime, arquiteto-urbanista, empresário