Praça pública: composição e manutenção

João Salvador

Dentro das denominações de áreas verdes públicas urbanas, incluem – se as praças das periferias, dos bairros e de terminais de ruas. Do ponto de vista de saúde ambiental, elas fornecem, além do bem-estar coletivo, a sombra, solo permeável, melhor qualidade do ar, redução das ilhas de calor e o aumento da biodiversidade, formando os trampolins ecológicos.
Para a formação de uma praça, leva-se em conta, a orientação básica sobre a espécie a ser plantada de forma diversificada, com o espaçamento e porte apropriado. A espécie arbórea deve ser de pequeno ou médio porte, de preferência as nativas, para que não haja muita competição na questão da luminosidade. As frutíferas oriundas das clonagens – enxertos e estaquias -, simbolizam as plantas adultas, porque mantêm as características de maturidade das quais foram retirados o material para as clonagens – borbulhas e estacas. Já, as provenientes de sementes, chegam à fase adulta somente depois de passarem pelos estágios de embrião (semente), infantil (muda), juvenil (arbusto) e, finalmente à fase adulta, e, por isso, crescem exageradamente.
Para sua manutenção e conservação, é primordial que haja uma organização de moradores, para sua melhoria e embelezamento. Não se trata de uma relevância formal de adoção, mas a de prazer, de ter a área como o quintal coletivo, além da satisfação de estar contribuindo com o poder público.
Aos moradores do entorno competem, de maneira voluntária, executar as tarefas mais simples nos serviços de de limpeza, como por exemplo, um mutirão para rastelar e amontoar as folhas e ramos, enquanto as operações mais complexas, ficam a cargo do órgão público. Porém, se no grupo, houver alguém autorizado, com um reconhecido grau de organização e de conhecimento sobre a realidade botânica, adubação, podas e distribuição de espécies, pode assumir essa responsabilidade. Não significa que seja um chefe, mas um centralizador dos serviços, o que evita conflitos, porque ninguém pode fazer aquilo que  quer, de plantar ou de eliminar qualquer tipo vegetal, sem um consenso e a autorização.
Se é pública, também pertence ao povo, então, “a praça é nossa” e merece o cuidado de todos. O inadmissível é usarem essas praças para o descarte de restos de construção, lixo, dos resíduos das limpezas dos jardins residenciais, que podem muito bem ser picotados, ensacados e colocados à disposição dos coletores de lixo. Lembre-se, que quando um joga todo tipo de dejetos ou rejeitos, outros também se acharão no direito de fazê-lo. Infelizmente, o grau de civilidade, de cidadania, coerência e da conscientização, para uma boa harmonia entre os cidadãos, ainda está aquém do desejado, em fase ainda pueril, devido às diferenças culturais. Como ontem (21) foi o Dia da Árvore, há que agradecê-la pelo sombreado, pela redução do calor, pelo bem estar psicológico, pela redução do barulho e pelo gorjear dos pássaros. Salve!

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João Salvador, biólogo e articulista

 

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