Com o intuito de discutir as novas diretrizes para o manejo da espécie, regulamentadas a partir de resolução estadual, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) promoveu, terça-feira (19), a segunda edição da ‘Semana da Capivara’. O encontro serviu para ampliar o debate sobre temas que envolvem a capivara, como a questão da febre maculosa brasileira e do controle populacional.
Uma das principais modificações na diretriz está relacionada ao manejo da espécie, que está no centro das atenções devido à ocorrência de casos de febre maculosa brasileira em humanos. Agente causador da doença, a bactéria Rickettsia rickettsii é transmitida para a corrente sanguínea das pessoas por meio da picada do carrapato-estrela, frequentemente associado às capivaras. As novas orientações possibilitam que o manejo reprodutivo da população possa ser realizado de modo preventivo, por procedimentos de natureza cirúrgica como laqueadura e vasectomia.
“Essa segunda edição da Semana da Capivara é relevante para orientar municípios e população em geral quanto aos possíveis manejos para prevenção e controle da doença, à luz das novas orientações”, declarou Monicque Silva Pereira, especialista ambiental da Semil e uma das organizadoras da semana.
A nova resolução também atualiza os procedimentos de classificação das áreas de risco para a doença, o que pode agilizar e tornar mais eficaz o controle da enfermidade. “A atualização da normativa é extremamente relevante. Desde a última versão de 2016, adquirimos muita experiência com o manejo da espécie. Contamos com a colaboração de técnicos da secretaria de meio ambiente e de saúde, além da Cetesb, de órgãos municipais, de pesquisadores e consultores da área de veterinária. Acreditamos que o material produzido ficou mais acessível e de melhor entendimento “, acrescentou.
O encontro, que foi online e teve transmissão pelo canal da Semil no YouTube, foi aberto pelo subsecretário de Meio Ambiente, Jônatas Trindade, e contou com a participação da especialista ambiental da Semil, Aracelis Piovezani Silva, e da coordenadora de fauna silvestre, Patricia Locosque Ramos, além dos pesquisadores Adriano Pinter, do Instituto Pasteur/SES, e da médica veterinária Fernanda Battistella Passos Nunes.
No evento realizado em 2020, foram abordados os principais aspectos da biologia da espécie (quanto tempo vivem, do que se alimentam), bem como o seu comportamento em grupos (estrutura e hierarquia). As particularidades da espécie no estado de São Paulo, como a adaptação em áreas urbanas, e informações sobre os carrapatos e a doença também fizeram parte da programação.
CAPIVARAS – Maior roedor do mundo, a capivara está presente em diversos estados brasileiros e adapta-se bem à presença humana. O habitat preferido é a área de várzea, onde há água, importante para regular a temperatura corporal e para escapar dos predadores. Quanto à sua alimentação, as gramíneas são o prato favorito, mas produtos agrícolas, como cana-de-açúcar, milho, arroz, entre outros, são bem aceitos no cardápio. As criaturas são sociáveis, vivem em grupos com uma organização complexa, que conta com um líder. As fêmeas se reproduzem duas vezes ao ano e podem gerar de um a oito filhotes por gestação. |