Prédio será reformado e transformado em um centro de formação de professores e estudantes
Pivô de uma polêmica que movimentou o segmento artístico de Piracicaba, o antigo prédio da Pinacoteca Municipal “Miguel Archanjo Benício Assumpção Dutra”, na rua Moraes Barros, no Centro, vai passar para a gestão da Secretaria Municipal de Educação. O local será reformado para abrigar um centro de formação de professores e alunos. O secretário da pasta, Bruno Roza, informou a novidade a representantes da classe artística em reunião pública realizada no Plenário da Câmara Municipal de Piracicaba, nesta terça-feira (29), para discutir o fomento municipal à cultura. O debate, que atendeu ao requerimento 691/2023, de autoria da vereadora Rai de Almeida (PT), também contou com a participação do secretário municipal da Ação Cultural, Carlos Beltrame.
O antigo prédio da Pinacoteca foi fechado no fim de 2021, a contragosto da classe artística, o que motivou inclusive uma ação judicial. O acervo foi transferido para a sala de ensaio do Teatro Erotides de Campos, no Engenho Central, o que também rendeu denúncias de uma comissão de vereadores sobre as más condições de acondicionamento das obras, no início de 2022. Desde então, a Prefeitura iniciou obras no Armazém 14-A, no Engenho Central, destinado a abrigar a nova Pinacoteca, que ainda não foi inaugurada.
O prédio atualmente é usado pela Justiça Eleitoral para armazenamento das urnas eletrônicas. Antes disso, houve a intenção do governo municipal de transferir o prédio para uso da Polícia Federal, o que motivou ainda mais protestos da classe artística e acabou por não se efetivar.
Reforma – De acordo com o secretário de Educação, Bruno Roza, a reforma será custeada pela empresa que atualmente presta serviços de recuperação dos prédios das escolas municipais, como forma de doação ao município. No entanto, ainda não há previsão do valor do investimento nas intervenções e nem prazo para início das obras. “O prédio terá uma finalidade acadêmica, social e educacional. É um equipamento público que precisa ser vivo”, afirmou o secretário. Ele disse que, depois de concluídas as obras, o prédio será mantido pela secretaria. “Um dos espaços será um centro de referência das relações étnico-raciais para uso de professores, alunos e da população em geral, inclusive da classe artística”, afirmou.
Para o secretário da Ação Cultural, Carlos Beltrame, a transferência do prédio deverá atender às reivindicações da classe artística, tendo em vista que o espaço terá uma finalidade social. Para a vereadora Rai de Almeida, a medida atende “mais ou menos” aos anseios do segmento, já que o patrimônio será preservado. No entanto, ela defende que ainda sejam promovidas discussões com a Secretaria de Educação para avaliar como será o uso desse espaço, como se dará o acesso e se haverá abertura para locações artísticas, salões e exposições.
“Valeu a luta. E a nossa luta não foi pequena na defesa desse patrimônio, que precisa ter vida”, afirmou. Na reunião, ela cobrou do secretário da Ação Cultural providências em relação ao acondicionamento do acervo da Pinacoteca no Engenho Central. O secretário garantiu que já foi alocado um espaço no próprio Armazém 14-A para abrigar as obras, que será ampliado para uma melhor acomodação.