Vacinas para alergia na asma

Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho

 

A pessoa alérgica possui uma resposta imunológica desequilibrada. Por isso, o alérgico reage de forma exagerada contra substâncias que estão no ar (pólens) ou na poeira (ácaros, fungos, pelos e caspa de animais domésticos e restos de baratas), que não causam nenhum mal para quem não tem alergia.

A vacina para alergia, chamada de imunoterapia com alérgenos, atua reequilibrando essa resposta imunológica do organismo. As aplicações repetidas de doses crescentes dessas substâncias fazem com que o sistema imunológico passe a reagir cada vez menos contra elas, diminuindo assim a inflamação crônica que a alergia provoca no revestimento dos brônquios (os canais por onde o ar chega aos pulmões).

Em pessoas que têm sintomas de asma desencadeados por aquelas substâncias (os alérgenos), o tratamento com a vacina ajuda a diminuir a frequência e a gravidade das crises e reduz a necessidade de uso de medicamentos para asma, o que acaba também diminuindo os gastos com o tratamento.

Nos asmáticos alérgicos que também têm rinite (a inflamação alérgica do revestimento do nariz, que causa crises de coceira, espirros e coriza), as vacinas também são muito úteis, pois ajudam a controlar as duas doenças ao mesmo tempo. É importante que esse tratamento seja realizado por um médico especialista em pneumologia ou alergia respiratória.

Muitas vezes o desencadeador de crise é um fator alérgico e a vacina dessensibilizante com substâncias causadoras de alergia, denominada imunoterapia específica para alérgenos, é a única terapia de alergia modificadora da doença com efeitos duradouros para doenças respiratórias. A vacina de alergia, associada ao tratamento medicamentoso como corticosteroides inalatórios, broncodilatores, inibidores de leucotrienos e mais, pode ser um importante auxiliar no tratamento da asma brônquica e bronquite, com diminuição dos sintomas e redução do consumo de medicamentos a médio e longo prazos.

A vacina de alergia aumenta a produção de anticorpos bloqueadores da classe igg4 que irão neutralizar o principal anticorpo que causa asma alérgica chamado IGE. Além disso, as vacinas para alergia na asma estimulam a produção das células imunitárias reguladoras, os linfócitos reguladores que expressam o fator de transcrição FOXP3. Esses linfócitos regulam os mediadores inflamatórios na asma, trazendo a homeostase no corpo (equilíbrio), com diminuição dos sinais e sintomas da doença, só para finalizar o tratamento imunológico com vacinas contra alergias respiratórias devem se feito com pneumologistas, alergologistas, ou seja, médicos capacitados para o tratamento das alergias respiratórias.

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Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho, médico

 

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